Crescimento do PIB de 4,8% contraria realidade do país - PAICV

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Crescimento do PIB de 4,8% contraria realidade do país - PAICV
21/07/25 - 02:49 pm

Cidade da Praia, 21 Jul (Inforpress) - O PAICV criticou hoje os dados que apontam para um aumento de 4,8% do PIB em 2023, defendendo que esse crescimento não se traduz numa melhoria do ambiente de negócios, no acesso ao crédito, nem na redução da insegurança.

A deputada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV - oposição), Adélcia Almeida, falava aos jornalistas no âmbito das jornadas parlamentares descentralizadas que o partido realiza em Santiago Sul e Santiago Norte entre 22 e 26 de Julho, em preparação para o debate sobre o Estado da Nação.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago evoluiu positivamente em 2023, com um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior, impulsionado, sobretudo, pelos aumentos nas despesas de consumo final das Administrações Públicas e nas exportações.

No entanto, para o maior partido da oposição, esse crescimento não tem contribuído para a diminuição da insegurança, a melhoria do ambiente de negócios, a redução da taxa de juros, o acesso a crédito dos investidores nem para o aumento dos transportes regulares interilhas.

Ou seja, explicou a deputada, “existe um Estado que é vivido pelo Governo, e outro completamente oposto que é vivido e sentido diariamente pelos cabo-verdianos”.

No encontro realizado hoje na Assembleia Nacional, com operadores económicos que actuam na área do turismo, da restauração, do comércio informal e formal, avançou a deputada, foram levantadas questões importantes como a dificuldade de acesso ao financiamento.

Adélcia Almeida realçou que os investidores demonstraram que há “enormes dificuldades no acesso ao crédito, com muitas burocracias e processo difícil”, contradizendo as “propagandas do Governo”, que, segundo ela, não espelham a realidade.

Durante a conversa, abordou-se também a questão da formalização, tendo os operadores recomendado a necessidade de simplificar o processo e de adaptar às especificidades dos pequenos e médios investidores.

O aumento das taxas alfandegárias foi outro ponto, criticado pelos operadores, que defenderam a importância de reduzir a burocracia, sobretudo nos aeroportos da Praia e do Sal, com aplicação de novas taxas.

“Os operadores que estavam habituados até 2016 a terem transportes regulares para buscarem as suas mercadorias no Brasil, no Senegal, nos Estados Unidos, o facto de não termos neste momento voos para esses destinos tem complicado”, acrescentou a parlamentar.

Em relação aos taxistas e ‘hiacistas’, Adélcia Almeida avançou que a questão dos transportes é a que mais os preocupa, uma vez que “pelo menos um taxista é assaltado por ano”.

“O que mostra a necessidade de melhorar a questão da segurança, essa segurança que também tem sentido uma necessidade de ser melhorada a nível do turismo, uma vez que nós temos tido também situações de assalto a turistas”, indicou a deputada, destacando ainda as burocracias no processo de pagamento de impostos.

 LT/CP

Inforpress/Fim

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