Cimpor celebra 20 anos no país com “aposta renovada" na sustentabilidade e inovação

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Cimpor celebra 20 anos no país com “aposta renovada" na sustentabilidade e inovação
21/07/25 - 02:16 pm

Cidade da Praia, 21 Jul (Inforpress) – A empresa Cimpor assinala duas décadas de presença em Cabo Verde, destacando uma “evolução sólida e estratégica” que a levou a todas as ilhas do arquipélago, com uma oferta que vai além do cimento tradicional.

Em entrevista exclusiva à Inforpress, o CEO da empresa para Portugal e Cabo Verde, Cevat Mert, sublinhou que a Cimpor também opera, nas ilhas de Santiago e do Sal, unidades de produção de agregados e centrais de betão, com “uma forte aposta” na melhoria contínua das condições de segurança laboral e na otimização dos seus processos.

"Somos uma equipa cada vez maior, mais unida e, acima de tudo, mais segura em termos de condições de trabalho. Estamos certos de que este é apenas o início de um caminho longo e promissor", afirmou Cevat Mert.

Desde a aquisição da Cimpor pela Taiwan Cement Corporation (TCC Group Holdings), em Março de 2024, foram já introduzidas “mudanças importantes”, com destaque para o incentivo à transição energética e ao investimento em energias renováveis e dessalinização.

"O novo accionista tem incentivado a empresa a dar passos firmes rumo à transição energética nas suas operações locais", indicou o CEO, referindo-se ao alinhamento com os princípios de sustentabilidade do grupo.

Neste contexto, a empresa já tem em funcionamento um parque fotovoltaico numa das suas pedreiras, e está a instalar um segundo parque na nova fábrica de moagem de pozolanas, cuja produção terá início em 2025. 

A empresa já conta com alguns veículos eléctricos e prevê avançar para a eletrificação de equipamentos industriais.

Questionado sobre os principais desafios no mercado cabo-verdiano, Cevat Mert apontou a forte dependência externa do país, com cerca de 90% do consumo a ser importado, o que expõe a economia às flutuações internacionais. 

Ainda assim, destacou a evolução positiva do sector do turismo, motor económico com impacto directo na actividade da Cimpor.

Sobre o contributo para o desenvolvimento económico e social, revelou que a empresa conta com mais de 200 trabalhadores, direta e indiretamente, em Cabo Verde, e orgulha-se de não registar “qualquer acidente com perda de tempo há mais de quatro anos”.

"A formação e capacitação profissional são pilares fundamentais da nossa atuação", acrescentou, defendendo a aposta contínua na excelência operacional e no desenvolvimento de competências.

Entre os projectos mais emblemáticos em curso, Cevat Mert destacou a nova fábrica de produção de cimento pozolânico em Santo Antão, com uma capacidade de moagem de nove toneladas por hora.

Está também em construção uma nova fábrica de moagem na ilha de Santiago, considerada a mais relevante do ponto de vista económico e social, por concentrar cerca de metade da população cabo-verdiana.

Relativamente à redução do impacto ambiental, Cevat Mert salientou que as duas novas fábricas produzirão cimento com menos 25% de emissões de CO₂, através da substituição parcial do clínquer por pozolanas.

"Os nossos investimentos em energia solar assumem particular importância para reduzir o impacto ambiental das operações", realçou, acrescentando que o enquadramento regulatório será determinante para que a empresa continue a investir neste domínio.

A inovação tecnológica tem também um papel de destaque na estratégia da empresa, já que, explicou, mais tecnologia significa, teoricamente, mais produtividade, mais produtividade traz melhores resultados operacionais, melhores resultados possibilitam maior capacidade de investimento e isso traduz-se em “mais e melhores empregos.

Para os próximos cinco a dez anos, as prioridades da Cimpor em Cabo Verde passam por manter uma presença sólida em todas as ilhas, diversificar a oferta de produtos e apostar em soluções adaptadas às necessidades do país, com o cimento pozolânico a desempenhar um papel importante nas futuras obras costeiras.

JBR/AA

Inforpress/Fim

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