
Cidade da Praia, 30 Out (Inforpress) – Os dados apresentados na XII reunião ordinária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) apontam que 43% das crianças menores de 05 anos são afectadas por anemia e cerca de 12,6% com atraso de crescimento.
A representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Cabo Verde, Kátia Mascarenhas, sublinhou que os dados revelam desigualdades territoriais e socioeconómicas, com impactos distintos entre as ilhas agrícolas, como Santo Antão e Fogo, e as que dependem de importações, como Sal e Boa Vista.
Além da anemia, 12,6% das crianças apresentam atraso no crescimento, enquanto 49% das mulheres em idade reprodutiva enfrentam excesso de peso ou obesidade, configurando um quadro de malnutrição dupla, que combina carências nutricionais e excesso de peso.
“O CNSAN, enquanto órgão nacional de concertação pública e técnica, desempenha um papel essencial nesta nova etapa, assegurar que todas as políticas públicas convergem para o mesmo objectivo, garantir a todos os cabo-verdianos o acesso regular a alimentos adequados, saudáveis e nutritivos”, considerou.
Segundo Katia Mascarenhas, a FAO reafirma o seu compromisso em continuar a apoiar Cabo Verde na implementação da estratégia em três eixos centrais, reforçar as capacidades institucionais e técnicas, melhorar os sistemas de informação e gestão antecipada da crise.
Além de promover a inovação, defendeu o investimento sustentável e a inclusão produtiva de mulheres e jovens nas cadeias agroalimentares.
O consultor da FAO Roma, Francisco Sarmento, por seu lado, destacou a importância de uma “abordagem territorial e sistémica” e considerou que os diferentes agroecossistemas e realidades das ilhas são fundamentais para melhorar a coordenação entre produção de alimentos, pescas e outros sectores ligados à segurança alimentar.
Assegurou que embora as dificuldades que ainda tem, o País se tornou um exemplo no contexto regional, em matéria de segurança alimentar e nutricional.
Salientou que o sistema alimentar de Cabo Verde terá como primeira missão assegurar que todos os cabo-verdianos tenham acesso regular a uma alimentação adequada, mas também que seja motor do desenvolvimento económico do país.
Segundo este consultou, o Estado já investe uma parcela muito significativa de dinheiro que tem impacto no sistema alimentar, só que isto não está devidamente monitorizado nem contabilizado para efeitos do planeamento e do Orçamento Geral do Estado.
LT/AA
Inforpress/Fim
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