"Carlos Santos já não tinha condições para continuar no Governo" – líder do PAICV

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"Carlos Santos já não tinha condições para continuar no Governo" – líder do PAICV
31/01/25 - 12:09 pm

Cidade da Praia, 31 Jan (Inforpress) – O líder do PAICV, Rui Semedo, disse hoje que o ministro do Turismo e Transporte, sendo arguido, já não tinha condições para permanecer no Governo, mas que Carlos Santos, enquanto cidadão, tem o direito de provar sua inocência.

“Não é intenção do PAICV nem dos seus dirigentes sacrificar um cidadão na praça pública e temos consciência clara que caberá aos tribunais julgar os cidadãos e provar a sua culpa ou a sua inocência”, indicou o presidente do Partido Africana da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).

Rui Semedo fez estas considerações ao ser instado pela Inforpress a pronunciar-se sobre a demissão do referido governante, que é arguido num eventual processo de lavagem de capitais.

Para o presidente do maior partido da oposição, analisando a saída de Carlos Santos do executivo, numa dimensão política, este já podia ter deixado o Governo “mais cedo”, por causa dos “problemas registados com o sector dos transportes, onde não conseguiu ter grandes resultados”.

“O país entrou em crise no sector dos transportes, designadamente transportes aéreos e até ainda não temos soluções que poderiam ser mais estáveis e sustentáveis”, apontou Semedo, para quem a responsabilidade neste sector não é apenas do Carlos Santos, mas também deve ser partilhada pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças.

Lembrou que já tinha dito há muito tempo que “este Governo cairia sozinho por estar já esgotado, sem ideias e no fim de um ciclo”.

“Não é por acaso que o próprio primeiro-ministro, ao que tudo indica, está com dificuldades em recauchutar este Governo com anúncio que fez sobre a remodelação e em relação à qual não há conversa”, frisou o líder da oposição.

Por sua vez, reagindo também à demissão do governante, o Presidente da República, José Maria Neves, escreveu na sua página oficial da rede social Facebook esperar que “tudo se esclareça a bem da verdade e do bom nome do cidadão Carlos Santos”.

“Aguardemos com serenidade o andamento do processo em instância própria, sem precipitações ou julgamentos antecipados na praça pública”, indicou o Chefe de Estado.

Numa declaração à imprensa, a propósito do caso que o levou a demitir-se do cargo governamental, Carlos Santos explicou que, em 2014, o advogado Amadeu Oliveira, com quem teve uma relação de “amizade e confiança” desde os tempos da universidade, sabendo que tinha uma conta bancária em Portugal, pediu-lhe se poderia receber nesta conta bancária uma quantia de 25 mil euros, ou seja, cerca de 2.700 contos cabo-verdianos, de um cliente a quem ele teria prestado serviços de advocacia.

Disse que aceitou o pedido com base na relação de confiança e pelo facto de se tratar de um advogado.

LC/AA

Inforpress/Fim

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