
Mindelo, 16 Dez (Inforpress) – A secretária-executiva da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) afirmou hoje que as buscas nas câmaras municipais e instituições públicas são necessárias, por uma questão de transparência, quando há denúncias no Ministério Público.
Zilda Oliveira falava em reacção às buscas não domiciliárias à Câmara Municipal da Praia, realizadas pelo Ministério Público.
“Nós defendemos que, quando necessário, devem ser feitas. Quando há dúvidas acerca da gestão das câmaras ou de qualquer outra instituição pública e existem denúncias, nós defendemos que o Ministério Público tem de fazer aquilo que é o seu trabalho”, reagiu.
Segundo a mesma fonte, em relação à câmara da Praia, para a UCID, por detrás dessas buscas “não há motivações políticas”.
No entanto, lembrou que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) tem afirmado que “as motivações são políticas e que há uma instrumentalização de algumas instituições”.
Por isso, considerou importante clarificar todos esses aspectos, cabendo à Procuradoria-geral da República prestar os devidos esclarecimentos.
Relativamente à decisão do presidente da câmara da Praia, Francisco Carvalho, de fechar os serviços municipais no momento das buscas, a secretária da UCID disse que se deve pensar nas consequências que essa decisão causou no funcionamento da cidade.
“Foi uma decisão do presidente da câmara. Ele saberá por que motivo tomou essa decisão, mas até que ponto essa decisão não terá condicionado todo o funcionamento da ilha. Há um conjunto de serviços afectos à câmara, como o saneamento, que já é um desafio na cidade da Praia, e se nós paralisamos, quais poderão ser os impactos”, questionou.
Na sexta-feira, 12, a Direcção Financeira e Patrimonial da câmara da Praia, na Fazenda, foi alvo de buscas pelo Ministério Público, visando a apreensão de documentos, dinheiros e objectos que servissem de prova no âmbito de denúncias de “ilegalidades e corrupção”.
Essa busca aconteceu na sequência do auto de instrução 27/2023/2024, aberto pela Procuradoria-geral da República, em 2024, contra a Câmara Municipal da Praia, na sequência de denúncias de “ilegalidades e crimes de corrupção” feitas pelo inspector de Finanças Renato Fernandes.
CD/AA
Inforpress/Fim
Partilhar