Boa Vista: Dia Mundial da Dança celebrado com apelos à valorização da arte e a mais apoio

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Boa Vista: Dia Mundial da Dança celebrado com apelos à valorização da arte e a mais apoio
30/04/25 - 08:28 am

Sal Rei, 30 Abr (Inforpress) – Uma parte da Avenida dos Pescadores, na Boa Vista, transformou-se num palco de celebração do Dia Mundial da Dança, numa iniciativa conjunta da autarquia e grupos de dança locais, com apelos por mais valorização desta arte.

O evento, realizado na noite de terça-feira, 29, Dia Mundial da Dança, teve como objectivo reconhecer o talento e a dedicação dos bailarinos, coreógrafos, professores de dança e todos aqueles que contribuem para o desenvolvimento e a promoção desta arte na ilha.

A actividade também se enquadrou nas celebrações do programa “Sal Rei, Cidade Capital Cabo-Verdiana da Juventude 2025”.

A mesma contou com a participação de grupos como Mini Mi, Na Boa Dance Kids, Na Boa Challenge, Alcateia and Teen Wolf Family, AM Presentation, Art place 2s e Young kids.

O professor do grupo "Na Boa Chalenge", Rony Soares, recordou como, em 2016, a dança na Boa Vista se concentrava maioritariamente nos hotéis, pelo que se optou pela criação de grupos de dança na comunidade.

Expressou a sua satisfação ao ver a evolução dos mais de 150 alunos que já teve e o surgimento de outros grupos.

Entretanto, apontou como maior dificuldade a mudança da mentalidade de que a dança é apenas “uma diversão”, defendendo ser uma “disciplina e profissão como outras”, que deve ser incentivada e expandida a outras partes da ilha.

José Samuel, do grupo Young Kids, constituído por 15 elementos, conta que apesar dos horários e formações, retomaram os ensaios há dois meses e que estão com novos projectos de iniciar com danças mais tradicionais, como funaná e coladeira, que pretendem misturar com o afro-house.

O mesmo aponta como uma das maiores dificuldades do grupo conseguir um espaço para ensaios, o que ocorre muitas vezes nas ruas, já que não tem muito apoio, mas mesmo assim ensaiam as crianças, sem receber nada, para evitar que se desencaminhem.  

Wli Ribeiro, professora de dança do grupo Mini Mi, disse que a ideia surgiu da junção do seu amor pelas crianças e a vontade de fazer diferença na cultura, e a vontade de elevar a cultura para cima.

Com sete anos de experiência de aulas de dança a crianças, algo que diz ser fácil para ela, afirmou que a maior dificuldade é a valorização desta arte, levar as pessoas a pensar de forma diferente e fazê-las entender que a dança é “importante e fundamental”, como a escola, para o desenvolvimento de uma criança.

Os participantes foram unânimes na necessidade de maior investimento e apoio na área da dança por parte das entidades públicas, defendendo a promoção de mais actividades em diversos espaços da comunidade para facilitar o acesso e o envolvimento de crianças e jovens nesta forma de expressão artística.

MGL/AA

Inforpress/Fim

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