Cidade da Praia, 27 Jun (Inforpress) – As autoridades sanitárias anunciaram hoje uma campanha de limpeza e sensibilização, este sábado, na localidade de Fonton, e apelaram ao envolvimento da comunidade para prevenir o paludismo durante a época das chuvas e reduzir focos de transmissão.
A delegada de Saúde da Praia, Ulardina Furtado, apelou à participação activa de toda a população na iniciativa, sublinhando que a intervenção visa, não só, “sensibilizar, mas também mobilizar todos os parceiros e profissionais” envolvidos na protecção da saúde pública.
“A Delegacia de Saúde da Praia está aqui para apelar a toda a população para que estejam amanhã aqui na zona de Fonton, para juntos fazermos a limpeza, a sensibilização e a luta contra os mosquitos, e é importante que todos trabalhemos para o bem da saúde pública”, afirmou.
Por seu turno, o director do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo, António Moreira, explicou que a localidade foi mapeada como uma das zonas prioritárias devido ao aumento de casos esporádicos de paludismo local, após vários anos sem registo.
“Temos vindo a monitorizar a situação com rastreio comunitário e levantamento de criadouros de mosquitos. Esta campanha insere-se no Plano Chuva, que contempla diferentes actividades ao longo do ano, e poderá ser alargada a outros bairros de risco”, avançou.
Moreira destacou ainda que os agentes de luta antivectorial e de educação para a saúde realizam diariamente visitas domiciliárias, trabalho que se intensifica nesta fase em função do aumento da temperatura e da humidade.
A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, por sua vez, sublinhou que o INSP tem como prioridade a produção de evidências científicas e a promoção da comunicação de risco junto da população, alertando para a necessidade de acção multissectorial e contínua.
O vereador da Câmara Municipal da Praia, Carlos Dias, destacou que a campanha resulta de uma articulação entre várias entidades e que o envolvimento da comunidade é determinante para o sucesso das acções de prevenção.
“Trata-se de uma zona onde há aumento de mosquitos e, consequentemente, de casos de paludismo, só com o trabalho conjunto poderemos travar este inimigo invisível”, salientou.
Cabo Verde recebeu em 2024 a certificação da Organização Mundial da Saúde como país livre de paludismo, estatuto que reforça a responsabilidade das autoridades sanitárias na vigilância e manutenção deste reconhecimento internacional.
No final de 2023, Cabo Verde enfrentou uma epidemia de dengue que se prolongou ao longo de 2024, com 18.755 casos confirmados e oito óbitos, afectando todos os concelhos do país.
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Inforpress/Fim
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