Autoridades de Saúde alertam jovens sobre estratégias enganadoras da indústria do tabaco

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Autoridades de Saúde alertam jovens sobre estratégias enganadoras da indústria do tabaco
20/05/25 - 07:39 pm

Cidade da Praia, 20 Mai (Inforpress) – Cabo Verde mantém um nível relativamente baixo de tabagismo, mas o aumento do uso de cigarros electrónicos entre os jovens e adolescentes constitui uma preocupação de saúde pública, alertaram hoje as autoridades de Saúde nacionais.

O alerta foi lançado pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) e a Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD) durante o seminário “Tabaco e cancro”, promovido em parceria com a Universidade Jean Piaget, no âmbito da comemoração do Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado no dia 31 de Maio, e das acções da iniciativa “2025 – Ano do Cancro”.

O membro do conselho directivo do INSP, Hélio Rocha, destacou que, apesar dos números baixos em comparação com outros países, o consumo de tabaco continua a representar um problema grave de saúde pública, especialmente devido às novas estratégias da indústria do tabaco para atrair públicos mais jovens.

“Hoje em dia, os cigarros electrónicos são apresentados como alternativas inofensivas, muitas vezes camuflados com sabores e designs apelativos, levando os adolescentes a pensar que estão apenas a usar um vaporizador sem riscos, quando, na verdade, continuam a consumir nicotina e substâncias nocivas”, alertou o responsável.

Revelou ainda que mais de 100 pessoas morrem todos os anos em Cabo Verde devido ao consumo de tabaco, daí a importância de se manter vigilância contínua e de reforçar as campanhas de sensibilização com base em evidências científicas, para travar o crescimento do número de fumadores no país.

O responsável realçou igualmente a importância de políticas públicas já em curso, como o aumento das taxas sobre produtos derivados do tabaco e a obrigatoriedade de mensagens de advertência nas embalagens.

No entanto, alertou que a indústria do tabaco continua a adaptar-se, investindo em produtos como os cigarros electrónicos e a “shisha”, que têm vindo a ganhar popularidade entre os jovens.

“A indústria do tabaco está sempre à procura de novos clientes, fumadores e, se nós não alertarmos as pessoas e trazer as informações científicas sobre o que o fumo do tabaco faz e a nicotina que está nesse tabaco que cria o vício, daqui há alguns anos vamos ter mais pessoas a fumarem e com problema maior do que o que existe hoje”, referiu.

Por outro lado, a secretária Executiva da Comissão de Coordenação do Álcool e de Outras Drogas, Raquel Lopes, que reforçou o alerta junto da população académica, defendeu que é necessário continuar a apostar na prevenção.

“Estamos a mostrar as tácticas enganadoras da indústria do tabaco, que agora aposta em dispositivos electrónicos para cativar os jovens, esta indústria, ao perder consumidores tradicionais, procura atrair novos fumadores desde cedo, criando dependências a longo prazo”, afirmou.

A responsável destacou ainda a importância de relacionar o tabaco com doenças graves como o cancro, numa estratégia de sensibilização mais eficaz junto da juventude.

Sob o lema “desmascarando a indústria do tabaco”, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apela a uma actuação mais firme contra a interferência da indústria do tabaco nas políticas públicas e na saúde global.

AV/HF

Inforpress/Fim

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