
Espargos, 16 Dez (Inforpress) – O ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, inaugurou hoje, no Sal, o novo Centro Nôs Kaza, “um espaço crucial” para o acolhimento, apoio psicossocial e promoção dos direitos da criança e dos adolescentes.
A abertura deste centro na cidade de Santa Maria, que visa contribuir para a prevenção de situações de risco e o fortalecimento das competências familiares, foi marcada por um discurso do ministro que equilibrou o orgulho pelos investimentos do Governo com “um firme apelo” à assunção da responsabilidade primária das famílias.
O ministro Fernando Elísio Freire expressou "muito orgulho e muita responsabilidade" pela concretização do projecto, sublinhando que o Centro Nôs Kaza representa mais um passo no cumprimento dos compromissos assumidos com a Ilha do Sal.
“Estamos aqui com muito orgulho e muita responsabilidade, porque estamos a cumprir com a ilha do Sal”, reforçou, onde, continuou, foi aberto o primeiro centro de emergência infantil, que está a funcionar nos Espargos.
“Criamos, juntamente com a Câmara Municipal do Sal, o centro de Palmeira e hoje estamos aqui com o centro de Nôs Kaza”, lembrou.
O ministro reconheceu o dinamismo económico da ilha do Sal e frisou que “por mais que se tenha feito, existe a obrigação de fazer um pouco mais", garantindo que a ilha seja não apenas desenvolvida, mas que "inclui todos", com foco especial nas crianças e adolescentes.
O Centro Nôs Kaza, que resulta da reconfiguração de uma estrutura anterior, alinha-se a este objetivo, sendo 12.º centro de dia implementado a nível nacional nos últimos dois anos.
Conforme o mesmo, o Governo não se “limitou à remodelação do edifício”, assumindo a totalidade do seu funcionamento.
Fernando Elísio Freire indicou ainda a intenção de aumentar a cobertura de creches para a faixa etária dos zero aos três anos e criar mais estruturas com horário complementar ao escolar, oferecendo espaços seguros para as crianças após a escola.
No entanto, o ponto central da intervenção do ministro foi o “firme posicionamento” sobre a responsabilidade familiar.
Freire defendeu que a responsabilidade do Governo é criar as leis e as infraestruturas de suporte, no acesso ao rendimento, habitação, educação e formação, mas que “o primeiro cuidado é o cuidado familiar”.
O governante criticou abertamente o populismo e o discurso que tenta diluir a responsabilidade, culpando estruturas do Estado como o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) ou a polícia em situações de negligência.
"Se há crianças às 11 da noite na rua, não me venham dizer que a responsabilidade é única e exclusivamente do ICCA, que não toma conta da criança A ou criança B, quando tem uma mãe e um pai que estão tranquilamente em casa a não cuidar”, apontou.
Concluiu que o reforço da proteção das crianças “depende de cada um cumprir bem o seu papel”, garantindo que a responsabilidade do Governo será assumida por inteiro no que lhe compete, mas que o mesmo se exige das famílias e comunidades.
NA/AA
Inforpress/Fim
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