Santo Antão: Armindo da Luz defende investigação aplicada e inovação tecnológica como pilares da economia azul

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Santo Antão: Armindo da Luz defende investigação aplicada e inovação tecnológica como pilares da economia azul
12/12/25 - 03:41 pm

Ponta do Sol, 12 Dez (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande defendeu hoje que a economia azul do país depende de investigação aplicada, inovação tecnológica, capacitação juvenil e políticas que reforcem a resiliência costeira e a sustentabilidade dos recursos pesqueiros.

Armindo da Luz falava na abertura das jornadas Técnico-Científica do Instituto do Mar (IMar), que decorre durante três dias na Ponta do Sol, e que reúne investigadores, gestores, comunidades piscatórias e representantes institucionais para definir prioridades estratégicas do sector.

O autarca sublinhou que os municípios santantonenses “têm plena consciência de que o futuro da economia azul depende de uma articulação inteligente entre ciência, poder local, poder central e comunidades”, e evidenciou que o mar é, para Santo Antão, “identidade, sustento e património colectivo”.

O edil saudou com “particular apreço” a futura Declaração da Ponta do Sol, documento orientador que deverá emergir das jornadas e que, segundo disse, “será um marco de compromisso colectivo, definindo recomendações, prioridades e linhas de acção que reforçarão o papel do IMar como referência nacional e regional na ciência do mar e na economia azul”.

Dirigindo-se aos investigadores, Armindo da Luz expressou “reconhecimento pelo trabalho muitas vezes silencioso, mas absolutamente estruturante para o desenvolvimento sustentável do país”.

Reafirmou a total disponibilidade da Câmara Municipal da Ribeira Grande e da Associação dos Municípios de Santo Antão para continuarem a ser “parceiros activos, leais e comprometidos com uma governação do mar baseada no conhecimento, na inclusão e na responsabilidade intergeracional”.

O autarca salientou, ainda, que “não há ciência do mar sem as comunidades do mar”, valorizando a presença de pescadores, peixeiras e armadores na jornada, cuja participação considerou essencial para aproximar o conhecimento científico “da prática real e da experiência acumulada ao longo de gerações”.

Por sua vez, o ministro do Mar, Jorge Santos, afirmou que a Declaração da Ponta do Sol deverá “orientar a gestão sustentável dos recursos marinhos, conservar a biodiversidade, desenvolver a aquacultura, fortalecer a educação e a capacitação e valorizar o oceano como activo estratégico de Cabo Verde”.

Segundo o governante, o IMar ocupa um papel central enquanto Autoridade Nacional em Investigação Marinha, responsável pela produção de estudos, monitorização oceanográfica e definição de orientações técnico-científicas que influenciam directamente o sector.

“Hoje, pesca é ciência, pesca é investigação”, afirmou, lembrando que muitos pescadores enfrentam dificuldades por falta de tecnologia adequada, práticas actualizadas e acesso ao conhecimento produzido pelo IMar.

“Sem ciência fazemos pescas cegas, e isso reduz o rendimento da actividade”, acrescentou, defendendo maior inovação, diversificação e adopção de novas tecnologias no sector.

As jornadas Técnico-Científica do IMar prosseguem até sábado, reunindo especialistas e actores locais em debates, apresentações científicas e trabalhos orientados para a definição de prioridades estratégicas para a economia azul em Cabo Verde.

LFS/ZS

Inforpress/Fim

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