Gestora do BIC aponta desafios e avanços na promoção do empreendedorismo jovem
Em declarações à imprensa, à margem da cerimónia de graduação do programa, Dilma Vieira explicou que o IMPACTAR visa reforçar a consciência dos empresários sobre a responsabilidade social, valorizando o impacto que os negócios podem ter na comunidade.
“O programa pretende mostrar que todo o lucro gerado pela sociedade deve, de alguma forma, ser devolvido à própria sociedade”, sublinhou.
Com enfoque nos jovens entre os 18 e os 35 anos, indicou, o programa também integra pessoas com deficiência, sem limite de idade, permitindo a apresentação de ideias de negócio tanto por empresas lucrativas como por organizações sem fins lucrativos, desde que contribuam para a criação de empregos e para o impacto social.
Ao traçar o balanço da 2.ª edição, Dilma Vieira classificou-a como “bastante positiva”, afirmando que um dos principais progressos identificados foi a introdução de financiamento, uma lacuna registada na 1.ª edição.
Referiu, no entanto, que com a entrada do PNUD como parceiro, foi possível disponibilizar um capital de cimento de 200 mil escudos aos 30 melhores projectos, o que permitiu fortalecer iniciativas e ampliar o alcance do programa.
Outro avanço apontado pela gestora do BIC foi a expansão do programa para todo o território nacional e, pela primeira vez, a inclusão de projectos da diáspora.
“Na edição anterior trabalhamos apenas na região de Santiago. Nesta, conseguimos atuar a nível nacional e integrar também a diáspora, o que reforça a abrangência e o impacto do IMPACTAR”, afirmou.
Contudo, a responsável assinalou que o engajamento dos promotores continua a ser o maior desafio.
“Ainda falta maior participação activa, sobretudo entre os jovens. Muitos ainda não aproveitam plenamente as formações, as ferramentas, o networking e o acesso a mercados que o programa oferece”, lamentou, acrescentando que a mudança de mentalidade será um processo gradual.
A maior parte dos participantes continua a ser da cidade da Praia, o que, segundo a gestora, se deve à concentração de programas de incubação na capital, tendo no entanto mostrado confiante de que o interesse está a crescer e de que a participação será cada vez mais equilibrada entre as ilhas, à medida que o ecossistema do empreendedorismo se fortalece.
O Programa IMPACTAR, implementado em parceria com a Associação Business Incubation Center (BIC) e com o apoio da empresa We Care, reforça o compromisso do Governo em promover a inclusão produtiva, o empreendedorismo jovem e o surgimento de soluções inovadoras para desafios sociais, contribuindo para a autonomização económica das populações e para o combate à pobreza.
A edição nacional de 2025 contou com a participação de 93 jovens, com especial enfoque em mulheres, ex-reclusos e pessoas com deficiência. Deste grupo, 30 projectos foram selecionados para a fase final, representando diversas ilhas do país, Santiago, São Nicolau, São Vicente, Sal, Brava, Santo Antão e Boa Vista.
CM/AA
Inforpress/Fim
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