Fogo: Participantes do Provinho visitam principais adegas da ilha

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Fogo: Participantes do Provinho visitam principais adegas da ilha
29/11/25 - 02:33 pm

São Filipe, 29 Nov (Inforpress) - Os participantes do salão de vinho, bebidas e produtos agropecuários Provinho, visitaram hoje as principais adegas da ilha do Fogo, iniciando o percurso pela adega de Monte Barro ligada à vinha Maria Chaves.

A adega de Monte Barro inaugurada em 2014 é uma das maiores e mais ambiciosas iniciativas vitivinícolas de Cabo Verde.

Localizada em São Filipe, a adega de Monte Barro foi concebida para transformar a uva em vinho, incluindo processos de refinação, engarrafamento, rotulagem, envelhecimento e acondicionamento.

O projetco, elaborado por especialistas italianos, começou a mostrar resultados a partir de 2012, ano em que ocorreu a primeira vindima, culminando com a chegada das primeiras garrafas ao mercado em 2013.

O empreendimento tem despertado interesse de vários sectores, agricultura, turismo, formação profissional e a criação de uma nova indústria vitivinícola local e ao longo prazo, está previsto que a gestão seja totalmente cabo-verdiana, com técnicos formados em viticultura e enologia, acompanhados por professores e especialistas italianos.

A adega conta actualmente com capacidade para 280 mil garrafas, cerca de 30 barris de inox para fermentação e maturação dos vinhos e um novo rótulo em inglês, preparado para a exportação para os Estados Unidos.

Além dos tradicionais vinhos branco, tinto e rosé, a produção inclui bagaceira, aguardente de manga e de marmelo e uma unidade de produção de água desmineralizada, com capacidade para 1.600 garrafas por hora.

A vinha de Maria Chaves, implantada em 2005, ocupa um terreno de cerca de 36 hectares, cedido pelo Governo de Cabo Verde em comodato por 50 anos. contudo, apenas 23 hectares foram considerados aptos para o cultivo com cerca de um hectare destinado à uva de mesa e o restante à produção de uvas para vinho.

A vinha situa-se entre 560 e 920 metros de altitude, beneficiando de condições diferenciadas de microclima.

Para garantir a irrigação, a ASDE instalou seis quilómetros de rede ligada ao aqueduto, permitindo um sistema de rega gota a gota programado.

Uma cisterna de 400 metros cúbicos, localizada a 920 metros, assegura autonomia temporária em casos de falhas no fornecimento.

Mais de 100 mil enxertos de videira foram introduzidos no verão de 2009, embora algumas perdas tenham sido registradas devido a variações climáticas e falta de água.

Apesar do potencial da vinha, o gestor da adega de Monte Barro e da vinha Maria Chaves, Mário Cardoso, revelou que este ano a produção dependeu exclusivamente das uvas de Chã das Caldeiras, já que as plantas da vinha Maria Chaves não produziram em função da escassez hídrica.

A visita dos participantes do Provinho reforçou o interesse estratégico no desenvolvimento vitivinícola da Ilha do Fogo, que se posiciona como um dos pólos mais promissores do sector em Cabo Verde.

Depois de Monte Barro os participantes da primeira edição do Provinho deslocaram-se a Monte Grande (queijaria) e Chã das Caldeiras (adega Chã) onde está previsto um encontro de enólogos.

JR/CP

Inforpress/Fim

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