Parlamento aprova aumento de pensões de 2% e oposição “critica insensibilidade” do Executivo

Cidade da Praia, 26 Nov (Inforpress) – O Governo de Cabo Verde vai actualizar, a partir de Janeiro de 2026, as pensões da Administração Pública e do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 2%, conforme aprovado hoje, no Parlamento.

A decisão foi aprovada no Parlamento, durante debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2026, com 36 votos a favor do MpD, nenhum voto contra e 26 abstenções do PAICV e UCID.

Julião Varela, do grupo parlamentar do PAICV, justificou a abstenção, apontando que, desde 2016, o partido tem proposto actualizações de pensões anuais em linha com a inflação, que acumulou mais de 20% ao longo dos anos, mas que nunca foram aceites pelo Governo.

“Só agora, o Executivo apresenta um aumento de 2%, um ajustamento insuficiente face à perda de poder de compra dos pensionistas”, afirmou.

“Infelizmente, falta de sensibilidade, portanto, desse governo, que não pára de gabar do crescimento económico de média de 7% ou 6% todo ano, mas que, relativamente, portanto, a pensionistas e a reformados fica completamente esquecido e abandonado”, acrescentou Julião Varela.

O deputado António Monteiro, da UCID, reforçou também a crítica, depois de ter apresentado uma contraproposta de 5% de aumento, mas não teve reação do Governo.

“Um aumento de 2% significa, por exemplo, que alguém que recebe 10 mil escudos passará a ter 10.200 escudos. Não chega para comprar um quilo de arroz. Esta falta de sensibilidade do Governo deixa os pensionistas, que tanto contribuíram para o desenvolvimento do país, desprotegidos (…)”, ressaltou.

Por seu lado, o deputado do MpD  João Gomes defendeu o aumento, afirmando que a medida cumpre o ajustamento anual das pensões e representa um esforço do Governo para equilibrar a actualização com a sustentabilidade das finanças públicas.

“A actualização aprovada é uma demonstração do compromisso do Governo em manter a proteção dos pensionistas, dentro das possibilidades do Estado, e garantir a continuidade do equilíbrio económico do país”, sublinhou.

TC /JMV

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