ONU enfrenta reformas profundas para responder aos desafios globais, diz Patrícia Portela (RECTIFICADO)

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ONU enfrenta  reformas profundas para responder aos desafios globais, diz Patrícia Portela (RECTIFICADO)
19/11/25 - 07:31 pm

Cidade da Praia, 19 Nov (Inforpress) – A coordenadora da Organização das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela, defende reformas estruturais  num mundo em crise, cada vez "mais complexo e dinâmico, marcado por disparidades, por verdades e pós-verdades".

A responsável afirmou, no âmbito da conferência “80 anos da ONU – Balanço e Desafios”, que a organização  necessita de reformas urgentes num cenário global marcado por crises.

Segundo disse, o mundo de hoje é “mais fragmentado, mais desigual e mais vulnerável”, face a deslocamentos forçados, desastres climáticos e ameaças digitais, enquanto os recursos financeiros disponíveis para a cooperação internacional diminuem drasticamente.

Nesse contexto, defendeu que a ONU precisa tornar-se mais ágil, integrada e moderna, adoptando novas estratégias, simplificando estruturas e incorporando tecnologias como a inteligência artificial para reforçar resultados concretos junto dos Estados-membros.

Patrícia Portela realçou ainda que a reforma ONU´80 pretende reposicionar a organização no centro do multilateralismo, com maior eficiência operacional, melhor coordenação entre agências e maior foco no impacto no terreno.

“A ONU não pode responder a desafios do século XXI com ferramentas do século XX”, recomendou, sublinhando que a modernização é condição essencial para recuperar a confiança global.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, José Luís Livramento, afirmou que a sobrevivência e relevância da ONU dependem da capacidade de reinventar o Conselho de Segurança, cuja composição actual considera desajustada face ao equilíbrio de forças mundial.

Defendeu maior representatividade de África, América Latina e dos Pequenos Estados Insulares, argumentando que a estrutura vigente “reflecte um mundo de 1945 que já não existe”.

O ministro alertou ainda para uma crise de legitimidade multilateral e afirmou que “o futuro da ONU passa por um sistema internacional mais democrático, transparente e inclusivo”, onde os Estados pequenos tenham voz real na tomada de decisões estratégicas.

A presidente do Instituto Superior Ciência Jurídicas e Sociais (ISCJS), Yara Miranda, por sua vez, evidenciou a urgência de reformas estruturais na ONU, incluindo no Conselho de Segurança e no sistema de financiamento, para garantir que a organização esteja preparada para os desafios futuros.

Sublinhou ainda o papel de Cabo Verde na cooperação multilateral e a importância da academia na promoção do debate público.

As intervenções destacaram a urgência de renovar o multilateralismo e a cooperação internacional, para que os princípios da Carta da ONU – a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, continuem a guiar o futuro.

KA/SR/JMV

Inforpress/Fim

NB: Foi feita alteração no título, lead, primeiro e segundo parágrafos. 

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