
Mindelo, 14 Nov (Inforpress) – O primeiro juízo do Tribunal da Vara Criminal de São Vicente condenou hoje um grupo de homens e mulheres por associação criminosa, tráfico de droga e lavagem de capitais, entre eles um advogado da praça mindelense.
Na leitura do acórdão, que durou exactos cinco horas e catorze minutos, sem interrupções, a presidente do colectivo, a juíza Adalgiza dos Santos, ditou o veredicto dos 27 arguidos do processo, dos quais oito mulheres, seis foram conduzidos à Cadeia Central de São Vicente.
Entre estes encontra-se o considerado “cabecilha da associação criminosa”, Odair dos Santos, conhecido como Cedjô, alvo da pena mais elevada, de 20 anos de cadeia, feito o cúmulo jurídico, após ser condenado por quatro crimes - associação criminosa, tráfico de droga, lavagem de capital e condução sem habilitação.
O advogado Dith Mar Lima, por seu lado, foi condenado a uma pena de 12 anos de prisão, em cúmulo jurídico, pelos crimes de associação criminosa e lavagem de capitais.
Este processo foi desencadeado em Junho de 2024 quando a Polícia Judiciária, com o apoio da Polícia Nacional e das Forças Armadas, efectuou uma acção policial, que denominou de “Operação Epicentro”, na zona de Campim e outras localidades de São Vicente.
Dos 27 arguidos que conheceram hoje a decisão final, seis já se encontravam em prisão preventiva, a que se juntaram hoje mais seis, estes condenados a penas dos 16 aos sete anos de prisão efectiva, que foram encaminhados à Cadeia Central nessa condição.
Os restantes foram condenados a diversas penas de seis, quatro e três anos de prisão, cuja execução ficou, no entanto, suspensa.
Os advogados prometem recorrer da decisão assim que receberem o relatório do acórdão, mas, um deles, Gilson Cardoso, que patrocina os agora condenados Cedjô e Malick Lopes, à imprensa, classificou as penas "de severas" e classificou decisão de hoje como "a maior injustiça na história de Cabo Verde".
O mesmo entende que houve “erros processuais” ao longo do andamento do processo, que “não fez sentido alterar” medidas de coacção anteriores dos seus clientes e ainda disse ter constado "violação de direitos fundamentais dos arguidos".
Para além dos 27 arguidos, este processo, cujo julgamento se iniciou no dia 22 de Setembro, envolveu ainda 13 advogados de defesa e dezenas de testemunhas.
AA/ZS
Inforpress/Fim
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