Brava volta a “gritar" por ajuda devido a escassez de bens essenciais (c/áudio)

Nova Sintra, 09 Nov (Inforpress)- Os bravenses voltam a lançar um “grito de socorro” e apelam por uma intervenção urgente do Governo, face às constantes rupturas no abastecimento de bens de primeira necessidade, provocadas pela falta de transportes de mercadorias para a ilha.

Numa ronda feita pela Inforpress nas principais lojas da ilha, constatou-se que a maioria tem, neste momento, ruptura de alimentos de primeira necessidade.

Nos últimos três dias, devido a uma avaria técnica no navio Kriola, a situação do abastecimento na ilha Brava agravou-se ainda mais. 

Segundo os comerciantes locais, o navio tem transportado uma quantidade reduzida de carga para a ilha, considerada insuficiente para manter o estoque das lojas do município. 

Eles afirmam que, há meses, os estabelecimentos enfrentam dificuldades em garantir produtos em quantidade suficiente para suprir a procura do mercado local.

Em declarações à infprpress, Adilson Monteiro, gerente da loja Confiança, na comunidade de Nossa Senhora do Monte, salientou que já faz tempo que não estão a conseguir abastecer o estoque das lojas na ilha, isso porque, explicou, o navio Kriola transporta apenas um ou dois paletes de carga por lojas.

“No meu caso costumo fazer ordem de embarque de cinco ou seis paletes de compras, no entanto, numa viagem trazem apenas um ou dois e isso não chega para abastecer as lojas. Os produtos assim que são colocados na loja, terminam rapidinho. Pois é isso que tem causado ruturas frequentes há vários meses na Brava”, disse.

Conforme disse, antigamente a CV Interilhas permitia a viagem de carros que vinham cheios de produtos da cidade da Praia e abasteciam muito bem as lojas, mas cancelaram este tipo de serviço e agora a escassez é frequente.

“Está a chegar a época festiva e a ilha tem estado a sentir frequentemente falta de escassez de alimentos de primeira necessidade. Antes tínhamos três lojas, atualmente ficamos com apenas uma, por este motivo. Apelo ao Governo ou a quem de direito, que encontre uma alternativa benéfica para que a ilha não sinta falta de alimentos e produtos de primeira necessidade”, apelou.

Por sua vez, o munícipe João Monteiro, que também partilha da mesma opinião, considerou lamentável a situação que a ilha tem vindo a passar há meses.

Segundo reportou, frequentemente as pessoas entram nas lojas e encontram as prateleiras limpas, com escassez de muitos produtos de primeira necessidade.

Realçou que esta situação tem estado a arrastar há muito tempo e está a se tornar desgastante, tendo em conta que esta é uma das causas que levam a que muitos bravenses deixem para trás a sua terra, à procura de outras soluções.

“O Governo tem de intervir nesta situação o mais depressa possível para arranjar uma solução viável que permita que a ilha tenha pelo menos o básico. Brava também é Cabo Verde e merece ser tratado como tal”, concluiu.

DM/JMV

Inforpress/Fim