Cidade da Praia, 16 Out (Inforpress) – O I Seminário dos Grupos Multissetoriais Africanos da Iniciativa para a Transparência nas Pescas, realizado na Praia de 14 a 16 de Outubro, fortaleceu a cooperação entre os países participantes e avaliou os avanços da iniciativa.
Esta constatação foi feita pela representante do projecto, Sara Lopes, em entrevista à Inforpress, considerando que o balanço do encontro é positivo, e que o seminário conseguiu reunir todos os actores-chave, desde governos, comunidades pesqueiras, organizações internacionais e sociedade civil, para analisar e partilhar experiências sobre a gestão sustentável dos recursos marinhos.
“O caminho está a ser feito em ritmos distintos por cada país, mas há um forte compromisso em garantir que os cidadãos tenham acesso à informação sobre pesca e possam participar das decisões que impactam os recursos marinhos”, disse.
Referiu que anualmente, os grupos multisectoriais analisam a informação existente, identificam lacunas e fazem recomendações aos governos, de forma a que medidas possam ser adoptadas para suprir deficiências, mesmo quando os países ainda não dispõem de todos os recursos necessários.
Garantiu, no entanto, que o projecto e os parceiros estão engajados em apoiar os países na obtenção desses recursos, garantindo assim uma pesca responsável e sustentável.
O seminário, de acordo com a responsável, também permitiu fortalecer o interconhecimento entre os grupos multisectoriais, promover a troca de experiências e boas práticas, compreender as dificuldades enfrentadas e identificar formas de cooperação entre países mais avançados e aqueles que ainda estão em desenvolvimento.
Para Sara Lopes, este processo é essencial para que a África se una na defesa de seus recursos marinhos em diálogos internacionais, tornando-se mais firme, convicta e capaz de negociar de forma sustentável.
Os próximos passos, prosseguiu, incluem continuar a fortalecer os grupos multisectoriais, ampliar o engajamento de novos países e organizações e desenvolver ações de sensibilização desde as escolas até às universidades, garantindo que a transparência e a sustentabilidade se tornem bandeiras permanentes no sestor pesqueiro africano.
Segundo ela, é crucial que as novas gerações compreendam a agenda global, os riscos que os oceanos enfrentam e a importância do mar para a vida na terra, garantindo assim a continuidade da sustentabilidade e da transparência na gestão dos recursos marinhos.
“O seminário contribuiu para reforçar o compromisso africano com a transparência e a sustentabilidade das pescas e para consolidar a colaboração entre os países, promovendo uma pesca responsável, gestão informada e proteção dos recursos essenciais para todos”, concluiu Sara Lopes.
A FiTI é uma iniciativa global, voluntária e sem fins lucrativos e os governos que se comprometem implementar as 12 Normas do Padrão FiTI na gestão das pescas, comprometem-se com dois princípios fundamentais: criar as condições para que o direito de acesso à informação seja concretizado no domínio da pesca marinha e criar um ecossistema legal e institucional que favorece a governança participativa do sector com base na colaboração multiatores.
Neste momento, a FiTI está a trabalhar com cerca de 33 governos e 13 países já estão a implementar o Padrão FiTI, 10 africanos (Mauritânia, Gana, Seicheles, Cabo Verde, Madagáscar, Comores, Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conacri, São Tomé) e três da América Latina (Equador, Chile e Panamá).
CM/JMV
Inforpress/Fim.
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