Cidade da Praia, 19 Set (Inforpress) - O presidente da Associação Pro-Praia alertou hoje para a necessidade de programas consistentes e contínuos no combate às doenças vectoriais na capital, considerando que a situação de saneamento da cidade pode comprometer os ganhos já alcançados.
José Jorge Pina fez este alerta em declarações à imprensa, no final do encontro com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que, acompanhado pelo ministro da Saúde, promove um conjunto de audiências em separado para auscultar entidades nacionais e internacionais sobre a situação sanitária da Cidade da Praia.
O responsável destacou que, apesar do reconhecimento internacional obtido, “a proliferação de novos bairros sem ordenamento e condições de higiene, a acumulação de lixo e a falha na recolha pontual, continuam a criar ambientes propícios à reprodução de mosquitos”.
“Continuamos a ter contentores cheios e pontos críticos de deposição de lixo, que claramente impactam negativamente na proliferação de mosquitos”, afirmou.
O dirigente associativo defendeu, neste sentido, a necessidade de retoma de programas plurianuais de prevenção e sensibilização, sublinhando que “sempre que se interrompe a intervenção, a população tende a desleixar-se, o que aumenta o risco de retrocesso”.
Referiu, igualmente, que alguns projectos de saneamento financiados pela União Europeia e outros previstos desde 2016 não foram implementados, o que tem contribuído para a situação insatisfatória do sistema de água e saneamento na capital.
“São projectos estruturantes que vão ser retomados, mas que têm falhado, e é isso que tem dificultado um ataque mais eficaz ao problema”, reforçou.
Entre as preocupações apresentadas, constam ainda a falta de manutenção de canais de drenagem, como os do Cobom até ao Estádio da Várzea, e a não implementação integral de projectos de saneamento financiados, incluindo um financiado pela União Europeia, que previa recolha, triagem, tratamento e até produção de energia a partir do lixo.
“O projecto ficou-se pelo aterro sanitário, e a parte de incineração para a produção de energia não avançou por problemas financeiros”, lamentou, lembrando que também investimentos preparados desde 2016 para reforçar o saneamento básico da Praia nunca chegaram a arrancar.
Apesar de reconhecer esforços em curso, a Pro-Praia considera que a cidade continua a enfrentar sérias dificuldades na gestão de resíduos e abastecimento de água, factores que, no seu entender, “impactam negativamente a saúde pública”.
CM/JMV
Inforpress/Fim.
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