Mindelo, 09 Set (Inforpress) – O Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD), no Mindelo, já está novamente de portas abertas após alguns dias fechado devido a estragos causados pela passagem da tempestade.
A direcção, em nota, informou que o Museu e a Loja estão novamente abertos para visitas, mas outros espaços, entre estes, as galerias Luísa Queirós e Bela Duarte, permanecerão temporariamente encerrados.
Tal decisão, segundo a mesma fonte, deve-se aos estragos causados pelas chuvas.
Mesmo assim, a direcção do CNAD convida a todos a regressarem ao centro e a “redescobrirem a arte, o artesanato e o design que inspiram diariamente”.
Por outro lado, agradece a compreensão e a solidariedade demonstrada neste período difícil para toda a ilha, e renova o compromisso de continuar a ser um espaço de encontro, cultura e criação.
Entretanto, os estragos da tempestade não se limitaram ao CNAD.
Conforme informações do Ministério da Cultura e Indústrias Criativas, o sector foi “profundamente atingido” em São Vicente, também em outras infra-estruturas como Museu do Mar, Núcleo Museológico Cesária Évora, Biblioteca e Arquivo, o Centro Cultural do Mindelo, Quintal das Artes e o perímetro do Centro Histórico, classificado como Património Nacional em 2012.
Os espaços, segundo a mesma fonte, sofreram danos consideráveis e ainda artesãos e artistas perderam os seus ateliers e produções.
As actividades culturais e criativas, fundamentais para a economia local, encontram-se também suspensas, traduzindo-se em perda de rendimentos para inúmeras famílias.
Por isso, uma equipa do Instituto do Património Cultural (IPC), composta pela directora dos Museus, Aleida Aguiar Monteiro, pelo arquitecto Daniel Oliveira e pelos técnicos Adilson Dias Ramos e Jaylon Monteiro, visita São Vicente entre hoje e quarta-feira, 10, para tomar pulso da situação.
A missão tem como objectivo realizar um diagnóstico detalhado das estruturas museológicas afectadas e, sobretudo, avaliar as condições do centro histórico do Mindelo, para a elaboração de um relatório técnico a ser submetido à UNESCO.
O IPC pretende solicitar o apoio da organização internacional para atenuar os impactos mais urgentes desta catástrofe no sector da Cultura, em São Vicente.
A tempestade Erin, ocorrida na madrugada do dia 11 de Agosto, inundou bairros, destruiu estradas e estabelecimentos comerciais, afectou o abastecimento de energia e água e provocou nove mortos, havendo ainda duas pessoas desaparecidas e vários desalojados.
Na sequência, o Governo decretou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos concelhos de São Nicolau, outros dos pontos do país afectados.
Foi aprovado um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e actividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
LN/JMV
Inforpress/Fim
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