Cidade da Praia, 04 Jul (Inforpress) – O Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde (IANCV) e o Cabildo de Gran Canária anunciaram hoje que vão assinar, “brevemente”, um convénio de colaboração para apostar na valorização do património histórico, cultural, fotográfico e arquivístico.
O anúncio foi feito pelo técnico dos Fundos Audiovisuais do Cabildo de Gran Canaria, Gabriel Quintana, no âmbito da inauguração da exposição e apresentação do catálogo Macaronésia 1975-2025, em comemoração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde.
Segundo a mesma fonte, a exposição celebra um marco histórico que remonta a 1975, ano em que as ditaduras fascistas, tanto de Portugal quanto de Espanha, caíram e iniciaram um novo ciclo de transformação na região atlântica.
“Em 1975 tudo mudou porque as ditaduras fascistas, portuguesa e espanhola, caíram e então tiveram que reorganizar o seu domínio no Atlântico. Alguns territórios, como a República de Cabo Verde e a Guiné-Bissau, tornaram-se independentes. Outros foram abandonados, como os Saharauis, no Saara Ocidental. E os outros três arquipélagos, Canárias, Açores e Madeira, não tinham estatuto de autonomia. Agora mudaram para regiões ultra-periféricas”, afirmou Quintana.
Segundo a mesma fonte, a concepção da exposição não se limita a cada arquipélago, mas sim à Macaronésia enquanto um todo, “não é insular, não é Canárias, Açores, Cabo Verde e Madeira”.
O projecto incluirá colaboração nas áreas de fotografia, etnografia, artesanato e pesquisa académica, envolvendo também a Universidade de Las Palmas de Gran Canária.
Segundo a mesma fonte, o objectivo é criar uma rede de colaboração sólida entre os arquipélagos.
Além disso, Quintana anunciou que a próxima fase da Macaronésia será dedicada à diáspora.
“Vamos mostrar fotografias da saída, da chegada, a vida quotidiana antes da saída e chegada, a população que chega da imigração, sobretudo para as Canárias”, revelou.
Gabriel Quintana revelou ainda que a União Europeia está a executar projectos para construir a Macaronésia como uma região especial, com identidade jurídica própria internacional.
“Já foram constituídas as regras e a normativa governamental dos quatro arquipélagos unidos nessa região especial”, concluiu.
Por sua vez, o presidente do conselho directivo do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde (IANCV), José Maria Borges, disse que o projecto retrata aquilo que foi a construção das nações a nível das Canárias, aspectos similares dos arquipélagos das Canárias, Madeiras, Açores e Cabo Verde, que têm algo em comum, e na sequência de um conjunto de projectos que estes quatros arquipélagos vêm desenvolvendo.
JBR/HF
Inforpress/Fim
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