Cidade da Praia, 25 Jun (Inforpress) - O primeiro-ministro enalteceu hoje a figura do Bispo Dom Paulino Évora como “um bom pastor, defensor da liberdade humana”, durante a cerimónia de condecoração a título póstumo com a Medalha de Mérito Altruísta de 1.º Grau.
A Dom Paulino Livramento Évora foi atribuída uma condecoração póstuma pelo contributo à fé, à democracia, à justiça social e à consolidação dos valores fundamentais em Cabo Verde.
Ao presidir a cerimónia, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, destacou durante a sua intervenção a figura de Dom Paulino Évora como “um bom pastor, defensor da liberdade humana”, referindo-se ao religioso como um homem de fé, coragem e convicções firmes.
Sublinhou a importância do papel desempenhado pelo bispo no fortalecimento da democracia, na defesa da dignidade humana e na promoção da justiça social.
Correia e Silva afirmou que a condecoração póstuma representa o justo reconhecimento por parte do Estado pelo legado deixado por Dom Paulino Évora.
Em representação da Diocese de Santiago, o padre Alexandre Lopes evocou o “carácter profético” de Dom Paulino Évora, realçando que foi o primeiro bispo nascido em Cabo Verde, nomeado poucos dias antes da independência, tornando-se símbolo de autonomia espiritual.
Recordou o seu lema episcopal, centrado na evangelização e libertação social, e apontou o seu papel fundamental nos momentos mais desafiadores da história nacional.
Em representação dos familiares, Gil Évora, sobrinho do homenageado, agradeceu ao Governo pela distinção atribuída, lembrando que Dom Paulino viveu com humildade, sempre atento às necessidades do próximo.
Sublinhou o seu compromisso inabalável com os valores da fé, da justiça e da liberdade, que o levou a ser uma voz respeitada tanto na Igreja como na sociedade cabo-verdiana.
Natural da cidade da Praia, onde nasceu a 22 de Junho de 1931, Dom Paulino Évora foi ordenado sacerdote a 16 de Dezembro de 1962.
A 21 de Abril de 1975, foi nomeado bispo da Diocese de Santiago, tendo sido consagrado a 01 de Junho do mesmo ano.
Liderou a Igreja Católica em Cabo Verde durante 34 anos, até apresentar a renúncia ao cargo, a 22 de Julho de 2009, por motivos de idade.
Durante o seu episcopado, destacou-se pela “firmeza pastoral e pela proximidade às comunidades”.
Apostou na formação do clero, na evangelização, na catequese e na promoção de uma Igreja comprometida com os jovens, as famílias e os mais vulneráveis.
Dom Paulino Évora, falecido a 16 de Junho de 2019, aos 87 anos, foi o primeiro bispo cabo-verdiano nomeado após a independência do país.
KF/SR
Inforpress/Fim
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