Ilha do Sal: ASAE de Portugal destaca segurança como chave para o turismo em Cabo Verde

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Ilha do Sal: ASAE de Portugal destaca segurança como chave para o turismo em Cabo Verde
23/06/25 - 07:58 pm

Santa Maria, ilha do Sal, 23 Jun (Inforpress) – O inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) de Portugal enfatizou hoje, na ilha do Sal, que a segurança, e não apenas o turismo, é o verdadeiro motor da economia em Cabo Verde.

Luís Filipe Cardoso Lourenço deixou estas considerações em uma conversa sobre a fiscalização no sector do turismo e os desafios face à crescente demanda esmiuçando o caso de Portugal. 

Lourenço destacou que a segurança abrange diversas áreas, incluindo a segurança alimentar, económica, a segurança no trabalho e a segurança das pessoas. 

Ressaltou a importância de acções conjuntas entre as autoridades, como a Polícia Nacional e a Câmara Municipal, e os operadores económicos para reduzir as taxas de inconformidade. 

Uma das principais preocupações apontadas pelo inspetor-geral de Portugal  é o “desconhecimento da legislação” por parte dos operadores económicos, um problema comum tanto em Portugal quanto em Cabo Verde. 

Neste sentido, defendeu que é crucial que o Estado, os órgãos de fiscalização e os institutos identifiquem as maiores lacunas de conhecimento para que todos possam operar no mesmo nível. 

O inspector-geral da ASAE alertou para os perigos da concorrência desleal no alojamento complementar (equivalente ao alojamento local em Portugal).

 

“A falta de regulamentação e fiscalização desses estabelecimentos, operados por particulares fora das regras de concorrência, pode prejudicar todo o sector do turismo, incluindo a hotelaria e a restauração”, sublinhou. 

Lourenço citou a experiência de Portugal, onde a falta de licenciamento e a ausência de medidas de segurança em alojamentos irregulares geraram problemas graves, inclusive acidentes. 

Por isso, a mesma fonte instou as autoridades cabo-verdianas a levarem o assunto "muito a sério”, defendendo  a “fiscalização rigorosa e a denúncia de operadores em situação irregular” por parte das associações e dos demais operadores económicos. 

“Em Portugal, a ASAE recebe cerca de 200 mil denúncias e recomendações por ano, o que tem contribuído para a quase total regulamentação do alojamento local no país”, continuou. 

Com o aumento previsto de voos para Cabo Verde, trazendo novos tipos de clientes e turismo, Lourenço salientou a necessidade de os operadores económicos se prepararem para gerir esses turistas, alguns dos quais podem ser "complicados".

Ele mencionou o "micro turismo" e a necessidade de as agências de viagens e os hotéis partilharem informações com as autoridades para garantir que a segurança seja mantida e que este novo perfil de turista não "contamine" a imagem do turismo cabo-verdiano.

 

Para finalizar, o Inspetor-geral reiterou que a segurança é o pilar fundamental para o crescimento sustentável do turismo em Cabo Verde, enfatizando que a colaboração de todos é essencial para o sucesso do setor.

NA/JMV

Inforpress/Fim

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