São Filipe, 29 Mai (Inforpress) - O alpinista e guia turístico Mustafá Eren está a expandir sua visão e aposta no desenvolvimento de outras modalidades de desporto radical, como o “downhill extremo”, aproveitando as características geográficas únicas da ilha do Fogo.
“Fogo é perfeito para o downhill (descidas íngremes). A ilha tem uma inclinação natural que oferece as condições ideais para a prática deste desporto de descida íngreme”, afirmou Mustafá Eren em entrevista à Inforpress.
Com apenas 16 circuitos oficialmente registados no GPS ou publicados na Internet, Mustafa Eren acredita que o número é “muito pequeno diante do potencial da ilha”,
O alpinista e guia turístico acrescentou que “a estrutura do Fogo é simples, é uma montanha que se eleva do mar e isso facilita a orientação e permite que cada um possa descobrir novas rotas sozinho, com segurança.”
Um dos circuitos já se encontra completo, aprovado e registado, o que, segundo o alpinista, deve servir de base para impulsionar o desenvolvimento de mais trilhos e promover a ilha como um destino de referência para os desportos radicais.
Em relação ao turismo, Mustafa Eren que reside na ilha do Fogo, mais concretamente em Chã das Caldeiras, disse que a retoma do turismo pós-pandemia está a ganhar força.
Em 2019, ano anterior à pandemia da covid-19, o Fogo registou cerca de 11 mil entradas turísticas e em 2024, esse número já atingiu 84% do nível de 2019, e os primeiros quatro meses de 2025 superaram os registos do mesmo período de 2019, disse.
“Tudo indica que 2025 será o melhor ano turístico dos últimos tempos”, destacou Mustafá Eren, que alerta para a necessidade de melhorar a infraestrutura para acolher a crescente procura.
“Se o número de turistas vier a duplicar, como os dados apontam, a ilha ainda não está preparada para dar resposta a essa nova demanda”, adverte.
Para Mustafá Eren, investir em desportos radicais como o’ downhill’, a escalada e outras práticas ao ar livre pode ajudar a diversificar a oferta turística e atrair visitantes mais interessados em experiências sustentáveis e lembrou que o turismo de aventura mantém o visitante por mais tempo na ilha e contribui para crescimento da economia local, mas os operadores precisam preparar-se para isso.
Recorda que a Casa Marisa, uma unidade hoteleira localizada em Chã das Caldeiras, o ponto mais turístico da ilha do Fogo, investiu na aquisição de bicicletas todo terreno e de montanha para fornecer serviços alternativos aos turistas.
Ao todo a Casa Marisa tem disponível cerca de duas dezenas de bicicletas todo terreno que pode funcionar para grupos ou pessoas de forma individual e alguns clientes fazem o percurso Chã das Caldeiras até Campanas de Cima, Ponta Verde até a estância balnear de Salina, mas também para cidade de São Filipe.
JR/CP
Inforpress/Fim
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