São Vicente: Centro Social SOS Mindelo reactiva Escola da Família para apoiar nos desafios actuais

Mindelo, 28 Mai (Inforpress) – O Centro Social SOS Mindelo apresentou hoje, em Ribeira de Julião, a iniciativa Escola da Família, que está a ser reactivada depois de anos de interregno e pretende apoiar famílias a enfrentar os desafios actuais.

Trata-se, conforme a coordenadora, Patrícia Évora, de um “projecto inovador” que pretende capacitar famílias em vários níveis, entre os quais competências parentais para lidarem com os filhos e educá-los da melhor maneira.

Questionada sobre o porquê de uma escola da família, Patrícia Évora assegurou que tal iniciativa vai ao encontro da necessidade de colmatar dificuldades sentidas pelas famílias em identificar as suas competências, em lidar com as situações do dia-a-dia, em lidar com a educação dos filhos e também nos relacionamentos de casal. 

“As famílias estão, neste momento, a lidar com muitas complexidades e muitos desafios, então esta escola está a criar um espaço para dar suporte às famílias e as ajudar a enfrentar os desafios da melhor forma possível”, esclareceu, referindo-se ao espaço, que irá funcionar na sede do Centro SOS, em Ribeira de Julião.

Além da vertente família, também a escola está direccionada às associações que  trabalham nas comunidades e acompanham as famílias e incide ainda sobre a formação de técnicos, colaboradores e voluntários que trabalham no centro a acompanhar crianças com vulnerabilidades. 

O projecto que teve origem em São Vicente, em 2010, no modo informal, e foi assumido pela direcção central das Aldeias SOS, agora já está credenciada e a funcionar, em São Domingos (Santiago). 

Mesmo assim, a funcionar na informalidade, em São Vicente, o programa, asseverou Patrícia Évora,  já está a capacitar famílias com formações presenciais e online. 

Tem trabalhado, sublinhou a coordenadora, mais especificamente em quatro zonas de São Vicente, Monte Sossego, Ribeira Bote, Fonte Filipe e Ribeirinha, onde se encontram agregados familiares com maiores vulnerabilidades sociais. 

A Escola da Família está inserida num projecto mais abrangente intitulado “Catalisando Mudanças Positivas em Cabo Verde e na Guiné-Bissau através do Fortalecimento Familiar e da Troca de Experiências”, que pretende estender a iniciativa ao país “irmão” de Cabo Verde. 

“A ideia é levar essa experiência para Guiné-Bissau. A SOS Guiné-Bissau mostrou muita vontade em ter uma escola de família. Já fizemos inclusive uma primeira viagem, onde colegas foram levar a experiência, apoiar na concessão e iremos realmente ter a Escola da Família, que pretende trabalhar a família de forma holística”, explicou a directora do centro, Graça Gomes. 

Através do financiamento do projecto, contam não só desenvolver as competências parentais, mas também, segundo a mesma fonte, trabalhar a parte económica, no sentido de as famílias terem as condições para poderem exercer de forma adequada o seu papel.

Graça Gomes garantiu que mesmo com as pequenas intervenções anteriores já começam a sentir o impacto, como de pais que mudaram a sua forma de intervir com os filhos, dentro do próprio agregado, a comunicação e a positividade na educação.

“Nós tivemos bons exemplos que nos levam a pensar que é o caminho. Não que as famílias não saibam educar, mas talvez mudar um pouco essa filosofia da educação”, concretizou a responsável, para quem é preciso educar de acordo com os novos tempos.

LN/JMV

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