Mindelo, 25 Abr (Inforpress) – O primeiro-ministro instou hoje, no Mindelo, os cabo-verdianos a celebrarem os 50 anos da independência com espírito de união, com sentimento de pertença e com convicção muito forte num futuro risonho para o país.
Ulisses Correia e Silva deixou o repto ao presidir a abertura oficial das comemorações, cujo pontapé foi dado hoje, no Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD), em São Vicente, mas que terá duração até Dezembro, tendo como palco ainda a Cidade da Praia, e por fim a ilha do Sal.
“Devemos celebrar com o espírito de união, com o sentimento de pertença e com convicção muito forte num futuro risonho para o nosso país. Foco e determinação”, sustentou o chefe do Governo, que antes fez um retrato de todas as etapas vividas em Cabo Verde até agora.
Olhar para trás é, segundo a mesma fonte, bom, mas não deve trazer apenas sentimentos de reviver esse passado, e sim fazer as pessoas sentirem-se fortes.
Mais ainda, assegurou, o passado tem de ser trazido à baila para que a juventude saiba de todas as histórias deste país, "de todas as fases, de toda a resistência, de toda a superação, de tudo aquilo que foi feito”.
E, curiosamente, relembrou Ulisses Correia e Silva, muito dessa história foi feita por jovens, desde a luta da libertação nacional até as lutas pela democracia e pela liberdade.
Razões mais do que suficientes, afiançou, para a mensagem de esperança, de confiança, de certezas, com foco, determinação e fé.
“Cabo Verde pode e consegue vencer os próximos 50 anos. Aqueles que tiverem a sorte de festejar os 100 anos da independência cabo-verdiana farão talvez um discurso diferente, mas será sempre um discurso sobre Cabo Verde”, regozijou-se.
O acto contou ainda com a intervenção do presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, para quem temas como a descentralização, desconcentração, regionalização e autarquias supra e infra municipais devem ser aprofundadas.
Por isso, lançou o repto para que a independência, liberdade e democracia signifiquem “cada vez mais inclusão e bem-estar para todos os cabo-verdianos”.
As festividades do 50º aniversário arrancaram hoje, 25 de Abril, dia que marca a Revolução dos Cravos, que colocou fim ao Governo de ditadura em Portugal e serviu de incentivo para as independências das colónias.
Um aspecto enfatizado pelo embaixador de Portugal em Cabo Verde, também presente no evento, para quem a revolução deu razão ao herói cabo-verdiano Amílcar Cabral que já tinha dito que a luta dos portugueses e dos africanos era a mesma e com objectivos comuns.
Hoje, sublinhou João Queirós, meio século depois, Portugal e Cabo Verde, “duas nações soberanas e iguais”, partilham os valores da liberdade, da dignidade de todos os homens e mulheres e do Estado de direito.
Para a mesma fonte, a escolha de 25 Abril para iniciar as comemorações da independência cabo-verdiana é “um gesto mais eloquente do que mil discursos”.
“Um gesto que diz que sentem a data, assim como sentimos em Portugal, o que honra e comove os meus compatriotas”, considerou João Queirós, que desejou ao país “excelentes meses” de comemoração, tanto da sua independência, como das duas “exemplares conquistas”.
Além da parte de discursos, a cerimónia de abertura fez-se ainda com assinaturas de protocolos entre a comissão organizadora dos 50 anos com entidades como o Atlantic Music Expo (AME), Mindel Summer Jazz, Kriol Jazz, Mindelact e Juventude em Marcha.
Houve ainda um momento musical com o músico Jorge Humberto.
Um cartaz cultural que prossegue hoje pela noite dentro com actuações, na Rua de Lisboa, de artistas como Risa Sanches, grupo Kings, e Gil Semedo, como cabeça de cartaz, para além de um espectáculo pirotécnico, e ainda sábado, 26.
LN/JMV
Inforpress/Fim
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