Ilha do Sal: Criada Associação das Peixeiras visando unir a classe e empoderar as mulheres

Espargos, 24 Abr (Inforpress) – A ilha do Sal já conta com uma Associação de Peixeiras da ilha, criada para unir a classe e empoderar as mulheres peixeiras, uma necessidade identificada pelo Projecto Biodiversidade para melhor representatividade das mulheres no sector das pescas.

Conforme a representante da Associação Projecto Biodiversidade, Anice Lopes, a ideia vinha sendo trabalhada desde inícios de 2021, visando empoderar as mulheres peixeiras na sua área de profissão, mas também em outras áreas que podem ajudar essas peixeiras a terem algum rendimento. 

“Foi uma das necessidades que identificamos desde o início que começamos a trabalhar nesta ideia de unir as peixeiras em uma associação, no sentido de capacitarmos essas mulheres para poderem trabalhar em união nos projectos que foram capacitadas”, explicou. 

Para a mesma fonte, foi um “longo processo”, em que foi preciso um trabalho com as peixeiras, a nível pessoal e profissional, contando com um plano de acção, contendo diferentes actividades de capacitação ligadas à sustentabilidade da pesca, que vão permitir à classe “ir mais longe”. 

“A ideia é empoderar as mulheres peixeiras e dar voz e representatividade e que possam também explorar mais aquilo que lhes é oferecido e aquilo que o sector da pesca tem para oferecer a nível económico, e para que possam também saber tirar proveito de forma sustentável”, continuou. 

Anice Lopes disse esperar que a então criada associação de peixeiras da ilha do Sal, em parceria com a associação de pescadores, possa dar a sua contribuição para uma melhor gestão da pesca na ilha. 

Por sua vez, a presidente da referida associação, Gracelinda Correia, disse que com a criação desta organização, uma necessidade há muito sentida pela classe, o objetivo é ver melhoradas as condições de trabalho das peixeiras na ilha. 

“É uma ideia que há muito temos vindo a lutar e que hoje finalmente estamos a conseguir realizar e esperamos ver alguma melhoria na classe das peixeiras que antes estavam cada um por um lado, desorganiza e sem nada para podermos dizer que temos um grupo”, sublinhou. 

A mesma disse que as peixeiras não têm sido “muito bem valorizadas” na sociedade, daí que com a criada associação esperam poder ter outras regalias que possam dignificar a vidas das mulheres desta classe. 

Sublinhou que os projectos “são tantos”, mas de momento pretendem começar a sensibilizar as peixeiras a usarem o mesmo espaço para venda, neste caso o Mercado Municipal, e evitarem as vendas fora dos espaços apropriados. 

Gracelinda Correia aproveitou para apelar a todas as peixeiras da ilha a se unirem à associação para que esta possa “caminhar para frente”.

A criação da Associação de Peixeiras do Sal está enquadrada numa iniciativa do Fundo de Apoio a Iniciativas Locais do Canadá, para o reforço do papel das mulheres na sociedade e nas suas actividades económicas, bem como aumentar a resiliência das comunidades piscatórias com o uso de energia solar.

NA/JMV

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