Mindelo, 24 Abr (Inforpress) – A exposição sobre o 25 de Abril de 1974, efeméride que também contribuiu para a independência de Cabo Verde, deu início hoje às festividades dos 50 anos da libertação nacional principiadas em São Vicente.
O evento foi hoje inaugurado, no Centro Cultural do Mindelo, na presença do secretário executivo da comissão nacional organizadora dos 50 anos de independência, António Carlos da Silva, e vários convidados.
Em declarações à imprensa, António Carlos da Silva afiançou que não se pode celebrar a independência sem o 25 de Abril, e vice-versa.
“Se, de facto, a luta pela libertação nacional contribuiu para o 25 de Abril, não há dúvida nenhuma que também o 25 de Abril contribuiu para a independência precisamente de Cabo Verde”, considerou a mesma fonte, que disse ser a exposição uma forma de homenagear a revolução portuguesa dentro das celebrações de meio século de Cabo Verde independente.
Um tributo feito através de uma mostra dividida em cinco partes, a começar por 25 poemas de poetas portugueses, de seguida com depoimentos de jovens que estiveram nesta altura em Cabo Verde, em Portugal na luta, outros que estavam presos em Angola, ou Guiné-Bissau.
A exposição compõe-se ainda dos principais actores da revolução, em Portugal, de depoimentos de militares cabo-verdianos, alistados na Armada portuguesa, exemplos do antigo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, do mindelense Carlos Araújo e Wladimir Brito, considerado “pai” da Constituição da República de Cabo Verde democrático.
Por último, estão expostos os acontecimentos vividos no país, por exemplo, a libertação dos presos políticos do Tarrafal, as manifestações e, inclusive, o Governo de transição composto por portugueses e cabo-verdianos.
Factos que, segundo o secretário executivo da comissão, podem ser apreciados pelo público mindelense que recebe a primeira fase das comemorações, que se estendem até Dezembro com “muita festa”, também na cidade da Praia e por último na ilha do Sal.
O programa em São Vicente contempla ainda espectáculos culturais de hoje até sábado, 26, e ainda uma cerimónia solene de abertura, na sexta-feira, 25, no Centro Nacional de Arte, Artesanato e Design (CNAD) presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
A Revolução dos Cravos, ou 25 de Abril, foi um golpe militar que ocorreu em Portugal a 25 de Abril de 1974 e que derrubou o regime ditatorial do Estado Novo.
A revolução, liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), pôs fim a 48 anos de ditadura e abriu caminho para a democracia e para o fim da guerra colonial em África.
Os cravos, que foram usados pelos militares para se identificarem, tornaram-se o símbolo da revolução.
LN/JMV
Inforpress/Fim
Partilhar