Mindelo, 21 Abr (Inforpress) – A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) defendeu hoje a necessidade de se introduzir matérias relacionadas com alterações climáticas e desenvolvimento sustentável no currículo da educação formal desde a primeira infância.
Segundo a deputada Dora Pires, eleita pelo círculo eleitoral de São Vicente, hoje, em conferência de imprensa, no Mindelo, para um pronunciamento sobre a segunda sessão parlamentar do mês de Abril, que principia na terça-feira, 22, a educação para uma vida sustentável deve começar na primeira infância.
Na esteira do debate com o primeiro-ministro agendado para esta sessão, que terá como tema “Estratégias e políticas de educação para o desenvolvimento”, a parlamentar da UCID reforçou que o Governo deve preparar uma comissão para trabalhar a questão, nomeadamente ver em que disciplina poderá ser incluída tal matéria.
“A educação deve ser de qualidade desde a primeira infância, porque começamos aí a preparar a criança para o resto da vida dela e, quer no pré-escolar, no básico, no secundário e na universidade, temos essa necessidade de introduzir tais matérias no currículo”, indicou Dora Pires.
Ademais, continuou a parlamentar democrata cristã, a qualidade da educação é um processo “complexo e abrangente”, que envolve “múltiplas dimensões”, que “não podem ser reduzidas a análises quantitativas” baseadas exclusivamente nas taxas de aprovação.
“O saber ser, o saber fazer o saber estar deve andar junto para que o aluno ou estudante viva o que aprende e aprenda com o que vive”, indicou.
Pelo que, segundo a deputada, é necessário “apostar mais” na educação inclusiva, um dever do Estado, e sua implementação em todos os níveis de ensino para que “todas as crianças tenham direitos iguais e não deixar ninguém, ninguém, para trás”.
“Necessitamos de uma articulação perfeita desde o pré-escolar até o ensino superior, o perfil de saída de um ciclo deve corresponder à entrada do ciclo seguinte, assim sucessivamente para uma sequência de qualidade”, finalizou deputada, que se regozijou com a implementação do mestrado em Educação e Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).
A sessão parlamentar tem ainda na agenda a continuação do debate da lei que procede à quinta alteração ao Código Eleitoral e, aqui, Dora Pires congratulou-se com a aprovação do artigo relacionado com o recenseamento automático, ou seja, precisou, “a criança nasce e o seu recenseamento é feito de forma automática, e já não haverá necessidade de se dirigir para fazer o recenseamento como ainda até agora se faz”.
No entanto, segundo a mesma fonte, a UCID vai continuar a pugnar, ao longo do debate, para que o voto seja obrigatório pois, observou, caso tal vier a suceder “muitas coisas que acontecem ao longo das eleições poderão deixar de existir”.
Para além do debate com o primeiro-ministro e a continuação da discussão da lei que altera o Código Eleitoral, a sessão parlamentar que começa na terça-feira, 22, e deve prolongar-se até sexta-feira, 25, tem ainda na agenda a aprovação propostas de lei e projectos de resolução.
AA/CP
Inforpress/Fim
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