Porto Novo, 28 Fev (Inforpress) – O ex-presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Aníbal Fonseca, negou hoje ter deixado dívidas financeiras no município à volta de 680 mil contos para com a banca e fornecedores, valor avançado publicamente pela edil Elisa Pinheiro.
Aníbal Fonseca, em conferência de imprensa, acusou a presidente da autarquia de faltar à verdade e explicou que “o valor real” das dívidas para com a banca e fornecedores diversos rondam os 472 mil contos, o qual consta do termo de entrega feita à actual equipa camarária em Dezembro.
“A informação avançada pela presidente da câmara municipal contém inverdades. O valor das dívidas até ao dia 21 de Dezembro, data em que fizemos a entrega, era de 472 mil contos, sendo 413 mil contos com a banca e 59 mil contos com os fornecedores”, defendeu o ex-edil porto-novense, acusando a Elisa de Pinheiro de ter falta com a verdade.
Para Aníbal Fonseca, as informações avançadas pela presidente da câmara municipal a um programa da televisão pública empolaram o valor das dívidas em cerca de 200 mil contos, ou seja, em vez de 680 mil contos, o valor real é de 472 mil contos.
O ex-autarca acusou a presidente da edilidade de ter insinuado que as dívidas são da “inteira responsabilidade” da gestão cessante, “o que não corresponde à verdade”, afirmou, explicando que são dívidas acumuladas pelas várias equipas que passaram pela Câmara Municipal do Porto Novo.
Em 2016, Aníbal Fonseca diz ter encontrado uma dívida acumulada de mais de 300 mil contos com a banca e, oito anos depois, a dívida está na ordem dos 413 mil contos, ou seja, um aumento de cerca de 112 mil contos.
“As dívidas nas câmaras municipais são coisas normais. Todas as câmaras têm necessidade de contrair dívidas para financiar o seu desenvolvimento. No caso do Porto Novo, os investimentos estão à vista de todos”, sublinhou Aníbal Fonseca, destacando investimentos feitos na requalificação urbana, na execução e na recuperação de equipamentos desportivos, além do reforço do parque auto e de intervenções a nível social.
“Os 112 mil contos estão devidamente justificados”, notou o ex-autarca porto-novense, reforçando a posição de que as dívidas do município são da responsabilidade de todas as gestões que passaram pelo município e não somente da equipa cessante, como, a seu ver, a Elisa Pinheiro fez crer.
Em relação ao parque automóvel, Aníbal Fonseca disse que, em 2016, encontrou oito viaturas para mais de duas dezenas de condutores, tendo recuperado algumas e adquirido mais quatro, além de ter conseguido mobilizar junto da Cruz Vermelha de Cabo Verde um auto-tanque para transporte de água.
Quando às dividas com a Previdência Social, o ex-edil reconheceu que o valor referido pela presidente da câmara (150 mil contos) corresponde, mas esclareceu que, neste caso também, as dívidas foram acumuladas ao longo das gestões anteriores, negando que seja apenas da responsabilidade da equipa cessante.
O mesmo aconteceu com as dívidas fiscais, em que disse ter encontrado dívidas à volta de 24 mil contos e entregou a gestão com dívidas de 32 mil contos.
Aníbal Fonseca acusou a actual gestão camarária de ter transformado a câmara municipal em “um verdadeiro centro de emprego do PAICV" (partido que sustenta o executivo), destacando, a título de exemplo, o recrutamento do primeiro secretário deste partido e outros elementos afectos a esta força política.
JM/CP
Inforpress/Fim
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