Cidade da Praia, 24 Jul (Inforpress) – A presidente da Alta Autoridade para a Imigração (AAI), Carmen Barros, destacou hoje, na cidade da Praia, a necessidade de reforçar a qualidade e a capacidade de produção dos dados sobre migrações no continente africano.
“Penso que no continente africano há ideias que circulam sobre migrações que podem não corresponder à realidade. A qualidade dos dados e a capacidade de produção de dados pelas instituições é fraca, o que resulta num conhecimento limitado”, declarou.
Para Carmen Barros, a capacidade de produção, divulgação e acessibilidade das informações e dados “ainda é deficiente”.
A presidente da AAI falava aos jornalistas à margem da formação de formadores em dados sobre migrações, com vista a aprofundar a base de conhecimento sobre migração e mobilidade em todo o continente africano.
Informou que com esta formação, pretende-se reforçar as competências e capacidades e criar uma linguagem comum em torno dos conceitos utilizados internacionalmente sobre migrações, tendências e também ajudar a identificar internamente os desafios na produção, análise, coleta e divulgação de dados sobre migrações.
“Tem sido enfatizado que, para qualquer realidade ou política pública, é necessário ter dados e evidências para a tomada de decisão, acompanhamento e avaliação”, sublinhou Carme Barros.
Conforme precisou, muitas vezes consegue-se obter informações, mas tratá-las, analisá-las e disponibilizá-las “é um desafio”.
A mesma fonte frisou ainda que o Observatório das Migrações, reactivado recentemente, tem o papel de compilar e disponibilizar informações sobre as comunidades migrantes em Cabo Verde e os cabo-verdianos no exterior.
A formação, que conta com a participação de nove formadores da União Africana, vai acontecer durante dois dias com cerca de 30 participantes.
A iniciativa é realizada em parceria com o Observatório Africano das Migrações, enquanto órgão da União Africana, e a Direcção-geral dos Assuntos Consulares e Migrações.
Actualmente, a população estrangeira representa 2,2 por cento (%) da população total de Cabo Verde.
Cerca de 60 %, vêm da África Ocidental, mas há um aumento da presença de cidadãos de países europeus e asiáticos, com portugueses e chineses figurando entre as principais comunidades imigrantes, segundo Carmen Barros.
"Embora a migração para Cabo Verde seja predominantemente masculina, há uma crescente presença feminina", precisou.
As principais motivações para a imigração incluem a busca por oportunidades de trabalho e o desenvolvimento de actividades económicas.
TC/AA
Inforpress/Fim
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