Vice-reitor da ULCV considera delinquência Juvenil em Cabo Verde “muito preocupante” e precisa ser analisada

Cidade da Praia, 29 Mai (Inforpress)- O vice-reitor da Universidade Lusófona de Cabo Verde (ULCV), Bartolomeu Varela, considerou hoje que a delinquência Juvenil em Cabo Verde é “muito preocupante” e que precisa ser analisada para encontrar as causas e juntos combatê-la.

Esta consideração foi feita durante a abertura da conferência intitulada “Delinquência Juvenil e o Sistema Penal Cabo-verdiano”, realizada pela Universidade Lusófona de Cabo Verde, no auditório desta instituição do Ensino Superior, na Cidade da Praia.

Segundo este responsável esta conferência surgiu depois de um conjunto de alunos finalistas do curso de Direito concluírem um estudo sobre esta temática no terreno, daí a decisão de organizar a conferência para partilhar experiências com vários especialistas desta área.

“Como sabemos, a delinquência Juvenil é um fenômeno complexo que atinge todos os países e sociedade. Por isso, essa troca de experiências com especialistas é importante, para melhor compreendermos esta questão e encontrarmos as soluções e subsídios para debelar este problema”, referiu o responsável da ULCV.

Acrescentou ainda que esta questão diz respeito a toda a sociedade, por isso esta conferência serve também para chamar a atenção de diversos sectores, de modo que este problema tenha resolução.

Bartolomeu Varela afirmou, porém, que este flagelo acontece mais com os adolescentes e jovens.

O vice-reitor da Universidade Lusófona de Cabo Verde, é preciso, primeiro, analisar as causas de onde vem este fenómeno, analisando se tem a ver com a educação familiar, escolar, fenómeno também do crescimento urbano, desorganizado, para depois encontrar formas de o eliminar pela raiz.

“O problema essencial está também na educação, durante a prisão e no âmbito da reinserção dos ex-reclusos. Se um recluso não tiver as condições adequadas de formação e preparação para uma vida activa, acontece que ele pode cometer os crimes novamente”, disse, referindo que as estatísticas mostram muitas reincidências neste campo.

Lembrou ainda que o mais importante no combater às delinquências praticadas pelos jovens é evitá-las por vias da prevenção e criar condições para que os jovens tenham uma vida sã, através da reinserção e da promoção do emprego.

No que tange ao sistema penal em Cabo Verde, a mesma fonte referiu que este funciona “bem”, mas que precisa ser melhorada a nível da morosidade da justiça, ressaltando que isto pode encorajar as práticas ilícitas.

Bartolomeu Varela sublinhou que o aumento da prática dos crimes dificulta um pouco os tribunais a despachar os processos com celeridade.

Uma das investigadoras desta temática, que estuda 4º ano do curso de Direito na Universidade Lusófona, Ana Mendes, disse à imprensa que constataram no terreno que a maioria dos casos de delinquência praticados pelos jovens tem a ver com a falta de educação e apoio familiar, porque, segundo contou, a maioria destes jovens é proveniente de famílias monoparentais, em que os pais saem de manhã para trabalhar e voltam à noite.

“A maioria das crianças e jovens são deixadas pelos pais e sobretudo pela mãe, sozinhos em casa, o que leva muitas vezes a esses jovens a terem o contacto com diferentes males da sociedade muito cedo”, contou.

A mesma fonte deixou um apelo às famílias, pais e encarregados de educação para estarem mais atentos aos filhos e conversarem mais com eles em casa, para perceberem o que estes têm feito durante o dia, para melhor combater este flagelo.

DG/JMV
Indopress/Fim

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