Cidade da Praia, 14 Mar (Inforpress) – O director-geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social da Guiné-Bissau visitou hoje a Cadeia Central da Praia, onde manifestou a intenção do seu país aproveitar da experiência de Cabo Verde, sobretudo em matéria da reinserção social.
“Hoje tive a oportunidade de constatar ‘in loco’, que, de facto, aquilo que ouço corresponde à realidade, e nós na verdade temos muito que aprender com Cabo Verde, sobretudo nos serviços prisionais”, afirmou Cherno Jalo.
O responsável fez estas declarações à Inforpress, no final da visita que efetuou à cadeia de São Martinho, onde esteve acompanhado do seu homólogo cabo-verdiano e de uma delegação dos ministérios da Justiça da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.
Conforme disse, integrou a comitiva ministerial, precisamente com o intuito de conhecer as prisões e saber como funcionam, sobretudo no que tange a reinserção social, e encontrou uma realidade que, de facto esperava, tendo em conta aquilo que tem vindo a escutar dos serviços prisionais de Cabo Verde.
Isto porque, segundo Cherno Jalo, é importante que as pessoas saindo das prisões tenham um comportamento que as permitam voltar para a sociedade de uma forma mais reabilitada.
“Há três meses que estou a assumir esta missão, estou a compreender o que são as prisões, como modificar as prisões na Guiné-Bissau, de forma a ajudar as pessoas a se sentirem melhor, mais úteis, para que a sociedade as receba de uma forma melhor”, salientou.
Por isso, prometeu continuar o contacto e aproveitar muito da parte da reinserção social e da assistência social, dos psicólogos que assistem os prisioneiros e implementar a experiência de Cabo Verde no seu país.
Porque segundo afirmou, a Guiné-Bissau tem tido dificuldades nesses serviços, porque depara, nomeadamente com número reduzido de psicólogos, que preferem trabalhar com os serviços das Nações Unidas ou outros, ao invés de irem para a prisão, apesar de contarem com ajudas pontuais de psicólogos.
Por seu lado, o director-geral dos Serviços Prisionais e Reinserção Social de Cabo Verde, João Delgado, congratulou-se com o interesse dos vizinhos do mesmo continente em conhecer a realidade cabo-verdiana, tendo assegurado que o arquipélago está aberto para total colaboração naquilo que se mostrar necessário.
“Podem beber da nossa experiência sim, mas nós ainda temos muito a fazer. Na verdade, fomos também recolher experiência noutros países, e porque não também ajudar neste sentido?”, disse, lembrando que as dificuldades nas prisões de Cabo Verde são maiores, até porque a população prisional é maior.
João Delgado apontou, de entre os desafios, o trabalho na reinserção social porque diz entender que os serviços prisionais têm o compromisso de orientar os reclusos para que saem da cadeia com outras perspectivas, nomeadamente uma orientação técnico-profissional.
Tendo essa inserção laboral acredita que isso vai evitar muitos problemas, uma vez que os reclusos terão uma ocupação profissional e um rendimento para a família, de modo que a reincidência se torna menor ou menos expressiva.
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