Mindelo, 16 Mar (Inforpress) – O Presidente da República garantiu hoje, no Mindelo, que vai tentar mobilizar parcerias e apoios para ajudar a comunidade de Ribeira Bote, que considerou “histórica” e com contributos a Cabo Verde desde antes da independência.
José Maria Neves, que se encontra em São Vicente, visitou a zona no final da tarde de hoje, uma visita que disse estar enquadrada no seu “esforço” de estar com as comunidades, igrejas e universidades no sentido de sentir o pulsar da sociedade e dos municípios.
Neste sentido, o chefe de Estado fez um périplo a sedes de algumas associações e grupos, entre os quais, a dos mandingas, onde ficou espantado com a pequenez do quintal, e do Clube Desportivo de Ribeira Bote, e por fim um encontro com os líderes comunitários.
Durante a actividade, José Maria Neves elogiou a zona que considerou ter um “nome enorme” desde a independência, na luta pela democracia, apesar das “várias dificuldades” e, ainda assim, uma “comunidade organizada”
Depois de receber alguns pedidos de apoio, assegurou estar disposto a mobilizar parcerias e apoios para ajudar as diferentes instituições locais a enfrentar os desafios nessa comunidade carenciada.
“Temos de mobilizar apoios, chamar atenção do Governo e do município, mas, também, mobilizar directamente apoios de empresas, ONG [Organizações Não Governamentais], da diáspora, de fundações de outros países”, sublinhou à imprensa o mais alto magistrado da Nação, para quem o auxílio deve ser não só material, como espiritual.
José Maria Neves ressaltou a organização vista em Ribeira Bote, acreditando que tal “pode fazer a diferença” para as atitudes cívicas e permitir recuperar o “espírito da vizinhança”, que, a seu ver, está faltando no País.
“Não vale a pena exigir só do Estado. É preciso que o Estado faça a sua parte, mas, também que os cidadãos façam a parte que lhes cabe”, lançou.
Entretanto, na conversa com os moradores exortou sobre a necessidade de o Governo apoiar as boas práticas, tais com as existentes na comunidade de Ribeira Bote.
E por isso, prometeu advogar a favor dos mandingas para que estes consigam uma sede, para que as crianças da zona continuem a ter pelo menos uma refeição quente e outras accções desenvolvidas.
Em entrevista, José Maria Neves também respondeu sobre a questão de duas exposições, “Akuaba” e do espólio de Cesária Évora, que ocupavam o Palácio do Povo, no Mindelo, antes da sua tomada de posse e a quem tinha prometido um lugar condigno quando saíssem.
“A decisão era de reaver o palácio para a sua função e transferir para a ilha um conjunto de actividades da Presidência da República e nós já começamos”, sustentou, referindo-se aos eventos de recepção de cartas credenciais, de reuniões do Conselho da República e da Defesa Nacional e encontros com diversas entidades.
No entanto, o chefe de Estado admitiu haver esse problema relacionado com as exposições ainda por resolver causado pelo facto, explicou, de não terem conseguido parcerias e nem espaços alternativos para as receber.
José Maria Neves encontra-se em São Vicente acompanhando o Presidente da República de São Tomé e Príncipe, que se deslocou a Cabo Verde em visita de Estado a Mindelo e Cidade da Praia, mas que viajou para Portugal no final da manhã de hoje, com uma despedida realizada no Palácio do Povo, com honras militares.
O Presidente cabo-verdiano também deve viajar para a Cidade da Praia na manhã de sexta-feira, 17.
LN/JMV
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