Mindelo, 26 Set (Inforpress) – A directora do Serviço de Promoção e Protecção Integrada à Saúde ressaltou hoje, no Mindelo, a necessidade do acolhimento feito às pessoas da comunidade LGBTQIA+ ser “humanizado e inclusivo”, até para cumprir o quadro legal.
Yorleydis Rosabal falava à imprensa à margem de uma formação ministrada a médicos e enfermeiros da região do Barlavento, iniciada hoje, no Mindelo, tendo como objectivo reforçar as capacidades técnicas dos profissionais de saúde em matéria de género, sexualidade e saúde das pessoas LGBTQIA+, visando a melhoria do atendimento na saúde e social das mesmas.
A mesma fonte defendeu que esta capacitação deverá ser estendida a outros técnicos do sector, principalmente os de recepção, logo à chegada.
“Precisamos que este acolhimento seja humanizado e inclusivo”, considerou Rosabal, referindo-se ao quadro legal agora existente em relação às questões de género e também às convenções ratificadas que reforçam os direitos.
Entretanto, ajuntou, mostra-se necessário trabalhar na prática para ter resultados.
Conforme a directora do Serviço de e Promoção e Protecção Integrada à Saúde têm sido feitas algumas avaliações periódicas em relação à qualidade do atendimento e cuidados, e que têm mostrado, afiançou, a “necessidade de mudança de paradigma e mentalidade, a ser feito aos poucos para contornar questões e valores”.
Yordeylis Rosabal admitiu ainda haver “certas situações” nas intervenções e atendimentos menos recomendados, como por exemplo, apontou, “olhares discriminatórios”.
“Às vezes a discriminação não passa somente por uma abordagem expressiva verbal, mas, às vezes, um simples olhar pode ser discriminatório ou de estigmatização”, assegurou a responsável, para quem os profissionais da saúde “devem evitar comportamentos de julgamentos e trabalharem para todos e quebrar as desigualdades e barreiras”.
Algo, sublinhou, também a ser trabalhado juntamente com as famílias e com as escolas, “de maneira a instruir sobre valores e direitos”.
Na formação, que decorre entre hoje e quarta-feira, 27, serão abordadas várias temáticas relacionadas às necessidades da comunidade LBGTQIA+ e desafios no sector da saúde, entre o conceito de género como forma de transmissão, reprodução e perpetuação das relações (desiguais) de género na sociedade.
Por outro lado, pretende-se elucidar os técnicos sobre como conhecer e retratar o conceito de diversidade sexual e sua relação com o género e ponderar sobre os Direitos Humanos, direitos sexuais e reprodutivos, e direitos das pessoas LGBTQIA+, com foco na sua saúde e sexualidade, “sem discriminação e estigmatização”.
Além de Mindelo, a acção formativa já foi ministrada na Cidade da Praia para profissionais da região do Sotavento.
LN/AA
Inforpress/Fim