Mindelo, 24 Jan (Inforpress) – A bancada do PAICV na Assembleia Municipal de São Vicente, disse hoje que se ausentou da sessão solene comemorativa do dia do município, em protesto à usurpação da vontade popular por parte do presidente da câmara municipal.
Esta posição foi manifestada em nota enviada à Inforpress pelo líder da bancada do Partido Africano da Independência de Cabo-Verde (PAICV) na assembleia municipal, Odair Cruz, e assinada pelos demais membros da bancada.
Segundo a mesma fonte, a sessão solene do dia do município de São Vicente, 22 de Janeiro, é a data maior à nível municipal pelo que a assembleia municipal deve ter um papel relevante na preparação e comemoração desta data e é também o momento crucial da vida da ilha, devendo ser dia de balanço dos ganhos e desafios.
Pelo que, criticou, não se entende como a comemoração do dia do município deixe de fora os legítimos representantes do povo na assembleia municipal, retirando-lhes o legítimo direito de uso da palavra na sessão.
“Já nos anos anteriores (2021, 2022) nós tínhamos levantado esta questão o que esperávamos viesse e ser levado em conta agora neste ano de 2023. Assim sendo, nós abordamos esta questão e exigimos esta participação directamente à Sra presidente da assembleia municipal”, adiantou Odair Cruz, mesma nota, informando que essa abordagem não surtiu efeito.
“Para a nossa surpresa a Sra presidente informou-nos que o presidente da câmara categoricamente e numa postura antidemocrática, decidiu que apenas haveria a intervenção do membro do Governo, da presidente da assembleia municipal e do presidente da câmara”, esclareceu.
Conforme recordou Odair Cruz, as eleições autárquicas de 2020 ditaram uma câmara municipal plural e também uma assembleia municipal plural.
“O Povo de São Vicente assim decidiu, de modo a que todas as forças políticas, tanto na câmara como na assembleia, tivessem a oportunidade de ter voz e participar activamente na definição das estratégias de desenvolvimento da ilha do Monte Cara, o que não tem vindo a acontecer”, lembrou reforçando que “só em São Vicente é que este direito vem sendo negado aos líderes das bancadas dos partidos políticos na assembleia municipal”.
O líder da bancada do PAICV considera que esta “é uma clara tentativa de silenciamento da oposição num dos actos políticos mais importantes da vida da ilha” e da qual a “presidente da assembleia municipal não está isenta de culpas”.
CD/CP
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