Mindelo, 03 Fev (Inforpress) – A directora do Serviço de Neonatologia do Hospital Baptista de Sousa (HBS), em São Vicente, relacionou hoje as causas de mortes de cinco recém-nascidos no mês passado com a prematuridade e malformações congénitas.
Cátia Costa deu a informação em conferência de imprensa, no Mindelo, em reacção aos deputados do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) que denunciaram na quinta-feira, 02, também em conferência de imprensa, um “aumento crescente” de mortes de recém-nascidos no HBS.
No acto de esclarecimento, no qual estiveram presentes elementos do conselho de direcção e também directores de serviços, a especialista asseverou que as mortes “não são sem explicação e todas têm causas conhecidas” e também explicadas a todos os pais.
Dos óbitos referidos pelo PAICV, a mesma fonte confirmou ter havido cinco no mês de Janeiro, sendo dois com causa na “prematuridade severa” de bebés nascidos com cinco ou seis meses de gestação e resultante, normalmente, do “não acesso a consultas pré-natal, ou seja, mães que optam por não seguir a gravidez”.
“Se a pessoa não segue a sua gravidez, não sabe das suas patologias e, obviamente não tem como as tratar”, sublinhou Cátia Costa, adiantando que, no caso do HBS, a maioria dos casos de prematuros são causados por infecções urinárias, daí o apelo para as gestantes seguirem as consultas nos centros de saúde e ajudarem a diminuir a taxa no hospital.
A responsável apontou ainda mais duas mortes de bebés relacionadas com “malformações congénitas, inevitáveis e incompatíveis com a vida”, sendo uma de foro cerebral e cardíaco e outra que exigiu uma operação em menos de 24 horas de vida do bebé.
Para a quinta morte, Cátia Costa explicou ser de um bebé que não estava na urgência de Neonatologia, mas, sim tinha recebido alta e com nove dias de vida deu entrada no Banco de Urgência da Pediatria já em “estado pré-morte e com exames colhidos na hora incompatíveis com a vida”.
Questionada se esses números têm sido uma regularidade, a directora enalteceu a taxa de mortalidade infantil do HBS que é de 1,2 %, “3,5 vezes menor que o mundo”, e que é calculado por cada mil bebés nascidos vivos.
A presidente do Conselho de Administração, Ana Brito, por seu lado, referiu-se também à “taxa baixa” de mortalidade infantil no HBS e, por isso, disse ser “completamente despropositada” a chamada de atenção dos deputados para o “suposto aumento”.
“Existe, hoje, um Serviço de Neonatologia, com uma unidade de tratamento intensivo, com uma qualidade invejável e que funciona com a presença de um médico especialista em neonatologia a tempo inteiro”, asseverou a mesma fonte.
Por outro lado, afiançou, é “completamente falsa” a afirmação dos eleitos do PAICV sobre o aumento de mortalidade na terceira idade.
“Estamos de novo perante uma afirmação alarmista e irresponsável, que pode ser desmentida com números, que nos disponibilizamos a oferecer aos senhores deputados e a quem estiver interessado na verdade”, considerou Ana Brito.
A presidente desmentiu ainda as críticas sobre a não realização de cirurgias, alegando estarem a ser feitas no HBS em regime `non-stop´, embora, admitiu, num “passado recente” algumas cirurgias ortopédicas tivessem sido adiadas devido a avaria de um berbequim.
Por outro lado, advogou, os números de exames de sangue e outos realizados neste momento são “incomparavelmente maiores” que no passado, embora, haja uma lista de espera que distingue os prioritários e não prioritários.
Ana Brito aproveitou para dar uma novidade no sector de realização de análises ao adiantar que já está em andamento o concurso para a aquisição de um aparelho de Tomografia Axial Computorizada (TAC), bem como de laparoscopia.
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