São Vicente: Augusto Neves pede políticas públicas para fomentar investimento privado no sector marítimo

Mindelo, 21 Jul (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal de São Vicente defendeu, hoje, na abertura da Feira de Produtos Ligados ao Mar, a necessidade de implementar políticas públicas para fomentar o investimento privado nos sectores marítimo e tornar esses sectores competitivos”.

Augusto Neves, que falava na abertura da 10ª edição da Feira de Produtos Ligados ao Mar (Expomar) que decorre no parque de contentores da Enapor, no Mindelo, sob o lema “Nôs Mar, Nós Riqueza” (Nosso Mar, Nossa Riqueza), considerou que “é bem nítida a deficiente exploração económica” que Cabo Verde “faz do valioso recurso que é o mar, quando comparado com outros países”.

“Perante a situação económica do País e a persistência de problemas estruturais na economia é necessário encontrar novas vias de desenvolvimento económico que conduzam a oportunidades de negócio e a novos sectores e actividades económicas geradoras de elevado valor acrescentado”, lançou o autarca para quem só se pode tirar partido do mar com visão e planeamento estratégico.

Augusto Neves também defendeu que a ilha de São Vicente necessita de planeamento e de investimento a longo prazo no sentido de edificar e de sustentar os diversos vectores essenciais a uma acção marítima.

“Investigação e desenvolvimento com criatividade, universidades estimuladoras da inovação e do empreendedorismo, uma marinha mercante activa e profícua, uma marinha de pesca empreendedora e proveitosa, uma marinha de recreio diversificada e útil e, certamente, uma marinha militar moderna e eficaz”, enumerou.

Por sua vez, o presidente da Câmara de Comércio do Barlavento (CCB), Jorge Maurício, defendeu que o sector empresarial precisa de mais investimentos públicos e privados para a melhoria contínua da conectividade, da coesão territorial e integração do mercado nacional pela via marítima.

Segundo Jorge Maurício é também necessária uma logística integrada, a empresarialização dos pequenos agentes económicos, a conclusão e entrada em funcionamento do registo internacional de navios, um maior e melhor aproveitamento dos acordos e convenções internacionais, sem todavia, perder de vista uma gestão sustentável dos recursos marinhos.

“Enquanto representantes do sector privado, ambicionamos um quadro de mais promoção internacional, mais investimentos e melhor regulação, com especial atenção para uma rápida autonomia da regulação económica, directamente orientada para o sucesso dos empresários e empresas”, afirmou.

Conforme a mesma fonte, “os investidores e empresários ambicionam um melhor ambiente de negócios, uma administração descentralizada do Estado, uma gestão fiscal mais flexível, serviços públicos sem burocracias, asseverado por uma governança estratégica de e para o sector marítimo onde também se pode dispor, num futuro não distante, de um espaço urbano portuário e orlas marítimas com mais oferta de serviços turísticos e de lazer”.

Sobre a feira Expomar, Maurício defendeu que a mesma se “converteu numa imprescindível onda atlântica de oportunidades económicas e diálogos científicos ligados ao mar” e “uma plataforma de partilha de conhecimentos e de troca de experiências”.

Para a presidente da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), que organiza o evento, a 10ª edição da Expomar tem como meta “ultrapassar o sucesso das edições anteriores” desta feira cujos “ganhos já conseguidos legitimam a consagração da mesma na agenda dos eventos empresariais de Cabo Verde”.

Angélica Fortes também destacou a assinatura do contrato com o Governo que passou para a FIC um terreno na zona do Lazareto para a construção das suas instalações, pelo que prometeu “lutar para materializar o projecto”.

CD/HF

Inforpress/Fim

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