Santo Antão: Ribeira-grandenses saem à rua na terça-feira para manifestar solidariedade a Amadeu Oliveira

Ribeira Grande, 05 Set (Inforpress) – Um grupo de activistas liderado por Carlos Bartolomeu vai sair à rua na cidade da Ribeira Grande, na tarde de terça-feira, para manifestar apoio solidário ao advogado Amadeu Oliveira.

Em causa, segundo Carlos Bartolomeu, está a forma que Amadeu Oliveira está a ser tratado, e, por isso, apelou “sim à justiça”, e que o julgamento não seja uma “forma de perseguição” e “muito menos de vingança” contra o arguido.

“Não é normal a forma que Amadeu está a ser tratado na cadeia, segundo denúncias, sem falar também de todo o aparato que foi criado à volta deste caso. Por isso, pedimos que a justiça seja feita, e, acima de tudo, Amadeu Oliveira seja tratado com humanidade”, frisou.

Os promotores convidam todos os santantonenses para esta “manifestação pacifica”, agendada para a partir das 15:30, com partida da zona de Ladeira e término no Terreiro.

O advogado Amadeu Oliveira está acusado de um crime de atentado contra o Estado de Direito, um crime de coação ou perturbação do funcionamento de Órgão Constitucional e dois crimes de ofensa a pessoa colectiva.

Foi detido no dia 18 de Julho de 2021 e, dois dias após a detenção, o Tribunal da Relação do Barlavento, sediado em São Vicente, aplicou a prisão preventiva ao então deputado nacional eleito nas listas da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) pelo círculo eleitoral de São Vicente.

No dia 14 de Fevereiro, como resultado de uma Audiência Preliminar Contraditória, Amadeu Oliveira foi pronunciado nos crimes que vinha acusado e reconduzido à Cadeia Central de São Vicente onde continua em prisão preventiva.

Em 29 de Julho, a Assembleia Nacional aprovou, por maioria, em voto secreto, a suspensão de mandato do deputado, pedida em três processos distintos pela Procuradoria-Geral da República (PGR), para o poder levar a julgamento.

Em causa estão várias acusações que fez contra os juízes do Supremo Tribunal de Justiça e a fuga do País do condenado inicialmente a 11 anos de prisão por homicídio – pena depois revista para nove anos – Arlindo Teixeira, em Junho do ano passado, com destino a Lisboa, tendo depois seguido para França, onde está há vários anos emigrado.

Arlindo Teixeira era constituinte de Amadeu Oliveira, forte contestatário do sistema de Justiça cabo-verdiano, num processo que este considerou ser “fraudulento”, “manipulado” e com “falsificação de provas”.

Amadeu Oliveira assumiu publicamente, no parlamento, que planeou e concretizou a fuga do condenado, de quem era advogado de defesa, num caso que lhe valeu várias críticas públicas.

LFS/CP

Inforpress/Fim

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