Ribeira Grande, 17 Jan (Inforpress) – Os presidentes das câmaras municipais de Santo Antão exigiram hoje, durante a sessão solene das comemorações do dia de Santo Antão, a segunda fase de expansão do porto de Porto Novo e a construção do aeroporto da ilha.
É que, segundo António Aleixo, Orlando Delgado e Aníbal Fonseca, presidentes das câmaras do Paul, da Ribeira Grande e do Porto Novo, respectivamente, para que o desenvolvimento de Santo Antão se concretize é necessário “investimentos estruturantes” como as obras de construção do “tão almejado” aeroporto de Santo Antão bem como a segunda fase de expansão do porto do Porto Novo.
Para o edil paulense, não obstante os ganhos do poder local em Cabo Verde, o desenvolvimento não tem chegado do mesmo modo a todas as regiões do país.
Outrossim, António Aleixo acentuou que os desafios são outros, embora, segundo disse, os municípios estejam a viver uma nova forma de relacionamento com o governo central.
“Temos consciência plena de que o caminho se faz caminhando, mas que, se o fizermos sozinhos as dificuldades do percurso se transformarão, por vezes, em obstáculos inultrapassáveis”, observou.
E, é neste sentido que o edil paulense apelou ao Governo, para que “continue unindo esforços” e “vontade” no sentido de juntos construir “decisiva e afirmativamente”, o futuro colectivo.
Na mesma senda, o presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Aníbal Fonseca, defendeu que a ilha merece estar num patamar de desenvolvimento “maior e melhor” do que está actualmente.
“Temos consciência de que a ilha precisa de duas infraestruturas relevantes para o seu desenvolvimento. Estas já foram elencadas há tanto tempo, pelos sucessivos governos e sucessivamente adiados”, sublinhou.
Aníbal Fonseca exemplificou o caso da primeira fase do porto do Porto Novo que, a seu ver, não potenciou o desenvolvimento da ilha de Santo Antão na sua “verdadeira dimensão”.
Segundo o mesmo, esta infraestrutura serve melhor a ilha, mas tem “dificuldades sérias” e coloca entraves no desenvolvimento da mesma.
Entretanto, o autarca portonovense acredita que infraestrutura maior, “muitas vezes faladas e adiada” é o aeroporto de Santo Antão, que, conforme sublinhou, não é exigido pelos santantonenses por apenas uma questão de infraestrutura, mas como sendo a infraestrutura crucial e decisiva no processo de desenvolvimento da ilha.
“Não queremos de forma alguma ocupar o espaço dos outros. Compreendemos as circunstâncias e os desafios que esta infraestrutura coloca ao País, mas a sua implementação é decisiva. Só com o aeroporto a ilha vai ganhar o seu espaço no território nacional e internacional”, garantiu.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Orlando Delgado, lembrou que o desenvolvimento não é só “feito de betão”.
“Não podemos permitir que nos ponham numa sala e nos digam que somos uma ilha somente agrícola. Somente com a agricultura seguramente não vamos desenvolver. Queremos ser uma ilha de serviços”, afirmou.
É neste sentido, que Orlando Delgado defendeu que quando se fala no aeroporto de Santo Antão, “não se trata de uma mania” de ter um aeroporto.
E, esclareceu que o poder local quer “diversificar” permitindo que as pessoas que são obrigadas a sair da ilha possam ter alternativas em termos de emprego na mesma.
“O resto é mitigar e não queremos mitigar. Queremos criar condições para que daqui há alguns anos, a ilha possa retomar efectivamente o crescimento e desenvolvimento” acentuou.
Hoje comemora-se o dia da ilha de Santo Antão. Reza a história, que a ilha foi descoberta a 17 de Janeiro pelo navegador português Diogo Afonso, em 1462. A mesma recebeu o nome de Santo Antão em consonância com o santo do dia da descoberta.
LFS/CP
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