Pedra Badejo, 29 Mar (Inforpress) – O presidente da Câmara de Santa Cruz manifestou hoje a intenção desse município do interior de Santiago de recuperar o título de maior produtor de produtos agrícola e de maior complexo agro-alimentar, perdido na década de 90.
Carlos Silva manifestou esta intenção em declarações à imprensa, à margem da sessão solene da Assembleia Municipal, em comemoração dos 52 anos da criação desse município do interior de Santiago, separada em 1971 como uma freguesia do concelho da Praia.
Não obstante as perdas a nível económico, o autarca afirmou que Santa Cruz, ao longo dos tempos, obteve “grandes ganhos” em todos os domínios de desenvolvimento, sobretudo a nível social, desde saúde, educação, ambiente, cultura, desporto e família.
“(…) Entre ganhos e perdas estamos aqui para comemorar, para reflectir e para também projectar o futuro. Mas, na verdade, entre ganhos e perdas temos razão de celebrar, apesar de grandes desafios e do contexto bastante difícil”, afirmou.
Daí, comprometeu-se em trabalhar para recuperar essa perda registada nos últimos anos, sobretudo a nível económico, numa alusão ao título de maior produtor de produtos agrícola e de maior complexo agro-alimentar, e ainda se perdeu a ligação marítima regular entre Pedra Badejo e a ilha do Maio.
“Estamos empenhados em trazer o passado, esse passado que é bom para o presente que estamos a viver, mas também estamos a trabalhar para o futuro melhor, claro numa lógica que amanhã é melhor do que hoje”, comprometeu-se.
Para os próximos tempos, adiantou que a edilidade santa-cruzense, em parceria com o Governo, vai continuar a apostar “fortemente” na dinamização em todo potencial económico do município, visando transformar Santa Cruz numa cidade capital do agro-negócio em Cabo Verde, que seja o centro produtor e exportador, uma referência a nível nacional no que toca à garantia de segurança alimentar e nutricional.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, que presidiu ao acto, em representação do Governo, disse que além das obras, vê mais segurança, mais paz e juventude e empresários mais confiantes e um povo que quer ser um povo desenvolvido.
“Temos um município mais confiante, mais desenvolvimento, mais pujante e com perspectiva clara do futuro. E nós estamos a trabalhar em conjunto com Governo central e governo municipal para podermos construir esse futuro melhor para Santa Cruz”, congratulou-se.
Santa Cruz, segundo Olavo Correia, tem condições para ser um centro de agro-negócios, uma zona económica para agro-business, um centro de logística de produtos da agro-pecuária, um pólo turístico e para ser um polo de desenvolvimento das pescas e da economia azul.
Na ocasião, reiterou que o Governo vai continuar a trabalhar em parceria com a Câmara Municipal de Santa Cruz, para fechar dossiê Justino Lopes, outrora “maior complexo agro-alimentar do País”, para garantir que 100 por cento (%) da população tenha acessos aos bens essenciais, como energia, água para consumo e agricultura, saneamento, habitação, saúde e educação.
Acrescentou ainda que o Governo vai continuar a apostar na formação dos jovens, no empoderamento do sector privado, e que vai para colocar terrenos públicos à disposição da edilidade quer para habitação social quer para investimento privado.
Por seu lado, os eleitos municipais Teresa Silva (Partido Africano da Independência de Cabo Verde, partido que gere a câmara), e Ivanilda Vaz (Movimento para a Democracia, oposição) reconheceram os “grandes ganhos” ao longo dos 52 anos da criação do município em vários sectores do desenvolvimento, mas atribuem-no aos respectivos partidos.
No entanto, pediram aposta na agricultura, sobretudo a nível de água para complementar o investimento em Ribeira dos Picos, numa alusão às obras de construção da estrada nessa ribeira considerada uma das mais produtivas de Cabo Verde.
FM/JMV
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