Praia: MpD avalia conta gerência de 2022 como a pior que já apareceu no município – PAICV contrapõe

Cidade da Praia, 21 de Set (Inforpress) – A Bancada Municipal do MpD na Praia avaliou hoje a conta de gerência de 2022 como a pior que já apareceu no município, enquanto o PAICV realçou a taxa de execução de 55,43 por cento (%).

Estas avaliações foram feitas no segundo e último dia da VI Sessão Ordinária da Assembleia Municipal da Praia, que teve como um dos propósitos, apreciar o relatório de actividades e as contas de gerência relativas ao ano de 2022.

Para o porta-voz da bancada do Movimento para a Democracia (MpD-oposição), Manuel Alves, esta é a pior conta gerência que já apareceu neste município tendo em conta que “não convence nem mesmo a bancada do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-poder)”.

Isto porque, justificou, a conta, além de estar mal feita, não permite fazer uma apreciação bem feita e aprofundada, ajuntando que nunca tiveram a conta de 2021 que “desapareceu”, o que torna a seu ver complicado fazer a apreciação da conta de 2022.

“Mesmo assim, com o esforço que a nossa bancada fez, os números não batem, o quadro da dívida entre 2020-2021 estão todas erradas, a conta gerência, a receita corrente 2021 é uma coisa atrapalhada”, afirmou, acrescentando que o município da Praia tem um presidente que tem a área financeira no seu pelouro e não entende nada, e por esta razão não leva nenhum documento para prestar esclarecimentos a ninguém.

Segundo disse esta é uma conta para ser reprovada, lembrando que o próprio Tribunal de Contas já a reprovou, por estar “toda atrapalhada”, desde números, somas, despesas e receitas misturadas.

“Este é a pior conta gerência que já apareceu neste município da Praia, a sua própria bancada está envergonhada com esta conta de gerência e o relatório de actividades também não tem nada”, concluiu.

Por seu lado, o líder da bancada municipal do PAICV, Aquiles Barbosa, fez uma apreciação positiva da conta de gerência 2022, tendo realçado a sua taxa de execução na ordem de 55,43%, num ano, como disse, de prolongamento da seca, da guerra na Ucrânia e, mesmo assim, regozijou, a câmara conseguiu realizar 55,43 % do seu orçamento.

Quanto à questão dos números, disse que é preciso saber que as dívidas estavam distribuídas em todos os bancos da praça, Ministério das Finanças, empreiteiros e Previdência Social. Acusou a oposição de pegar numa dívida com  os empreiteiros, não pagas pela anterior equipa, e que só depois é que recorreram a actual câmara exigindo pagamentos.

“Alguns não conseguiram provar que a câmara municipal tinha dívida com eles. É um processo que está a decorrer normalmente, quando se conseguir provar que essas dívidas existem pagaremos, até porque foram contraídas pela oposição na altura das eleições”, explicou.

Segundo afirmou há prioridades na governação, tendo adiantado que só em juros já foram pagos 89% do que estava previsto, uma média de 97% foi paga à Previdência Social, porque, no seu entender tinha que se priorizar os funcionários, dando-lhes acesso às condições de saúde, e da segurança social.

Já para o presidente da câmara municipal, Francisco Carvalho, vinda da oposição a apreciação só pode ser negativa. Para o edil praiense a oposição não quer discutir os documentos, mas sim criar caos, pelo que, assegurou, estão seguros de que estão a fazer exactamente aquilo que tinham como uma programação para esta governação.

A título de exemplo e no sentido de priorizar os trabalhadores disse que a Câmara Municipal da Praia está a preparar-se para ir à bolsa, pretendendo com isto, nomeadamente, o pagamento da dívida para com o INPS, e abrindo a possibilidade para outras negociações, como a resolução de um conjunto de problemas de um grupo de trabalhadores relativamente à reforma e ao acesso à assistência médica.

ET/HF

Inforpress/Fim

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