Lisboa, 09 Jan (Inforpress) – O secretário de Estado da Cooperação defendeu hoje “a importância” da participação de todos os Estados-membros da comunidade lusófona nos projectos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) para a promoção e internacionalização do Português.
Francisco André, que falava em Lisboa na tomada de posse do novo director executivo do IILP, João Laurentino Neves, afirmou: “Parece-nos importante reforçar a participação de todos nos projectos e actividades do IILP e nos meios que possibilitem essa mesma actividade”.
O governante apontou também a participação que podem ter os países observadores associados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Considerando mais uma vez a língua portuguesa como “um activo estratégico”, o secretário de Estado sublinhou que 2023 “marca uma nova etapa para Portugal no contexto do IILP”, porque é “a primeira vez que um nacional português assume a direção executiva do instituto”.
E, falando da importância do IILP para a promoção, difusão e internacionalização da língua portuguesa, sublinhou:
“Cabe-nos a nós [Estados-membros da CPLP] promover o robustecimento do papel do instituto no desenho e na coordenação de projectos transversais de promoção da língua portuguesa com o envolvimento consequente dos Estados-membros e dos observadores associados”.
Salientou ainda que o IILP tem um “papel fundamental no âmbito da CPLP, na gestão comum daquele activo estratégico que é a língua”.
Da parte de Portugal, Francisco André reafirmou “o total compromisso” no apoio ao IILP e à “plena realização dos seus objectivos, através de uma participação que se quer cada vez mais activa e empenhada”.
O membro do Governo português salientou ainda a “importância de se continuar a promover o funcionamento harmonioso entre os vários órgãos do IILP”, bem como de se continuar a dinamizar os “contactos e trocas numa base regular entre o director executivo do IILP e o Comité de Concertação Permanente da CPLP”, na qual estão reunidos os nove embaixadores que em Lisboa representam os membros da organização.
“Portugal tem sido um apoiante constante e coerente do projecto do IILP”, o que se concretiza “na acção dedicada da comissão nacional de Portugal, presidida pelo Camões -Instituto da Cooperação e da Língua e integrando todas as áreas governativas”, referiu.
Além disso, acrescentou, o país tem estado sempre presente na mobilização de meios para o ILP, “não só através das suas contribuições ordinárias, mas também através de contribuições adicionais para a realização de projectos concretos”.
O novo director executivo do IILP, João Laurentino Neves, que tomou posse hoje na sede da CPLP em Lisboa, sucedendo ao guineense Incanha Intumbo, defendeu que “cabe ao IILP facilitar projectos que contribuam para a afirmação externa” da língua portuguesa.
João Neves falou de projectos transversais que podem contar com a participação não só dos Estados-membros mas de outros parceiros da sociedade civil e organizações.
“É preciso é ter ideias atractivas” e que os parceiros adiram a elas, sublinhou.
Para o novo director executivo do IILP é também importante “reforçar o diálogo com outros grandes espaços linguísticos”, e comunidades, e, em declarações aos jornalistas, sublinhou o papel que pode ter Macau nessa expansão internacional da língua.
O embaixador Oliveira Encoge, representante permanente de Angola junto da CPLP, país que tem a presidência rotativa da organização, manifestou o empenho do seu país em “impulsionar a actividade do IILP” e anunciou que ainda no primeiro trimestre deste ano “a presidência angolana e o secretariado-executivo irão visitar a sede” daquele instituto, com vista a “fortificar os laços”.
A 30 de Dezembro de 2022 fonte oficial da CPLP confirmou à Lusa que o português João Laurentino Neves iria assumir, a partir de Janeiro, a direcção-executiva daquele instituto.
O IILP, tutelado pela CPLP, tem uma direção-executiva rotativa, cabendo a cada um dos nove Estados-membros a sua nomeação por dois anos.
Aquando do último Conselho de Ministros da CPLP, que decorreu em Luanda em Junho passado, as autoridades portuguesas não avançaram qualquer proposta, pelo que a nomeação de Laurentino Neves foi aprovada em Novembro, em sede do Comité de Concertação Permanente da CPLP, a habitual reunião mensal dos embaixadores representantes em Lisboa dos nove Estados-membros, a 3 de Novembro.
Laurentino Neves foi também director do IPOR – Instituto Português do Oriente e já esteve ligado ao IILP, nomeadamente entre 2003 e 2008, quando fez parte da assembleia do conselho científico do instituto.
O novo director executivo do IILP é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove estados-membros da CPLP.
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