Maio: FMB considera “atentado ambiental” excursão com automóveis que passou pelas dunas de Morrinho

Porto Inglês, 14 Mar (Inforpress) – A Fundação Maio Biodiversidade classificou hoje de “um atentado ambiental” a excursão realizada pela associação Manoamano offroad no passado fim-de-semana, na ilha do Maio, com cerca de 30 viaturas, durante a qual entraram dunas a dentro.

O representante da FMB, Jairson da Veiga, esclareceu que não é contra nenhuma excursão, até porque a ilha precisa do turismo para o seu desenvolvimento, no entanto, lembrou que a ilha possui uma rede de sete áreas protegidas com plano de gestão aprovado pelo Governo, que protege algumas actividades humanas naqueles espaços que são incompatíveis.

Para além disso, frisou que a ilha do Maio faz parte da reserva mundial da Biosfera da Unesco, o que lhe atribui algumas especificidades a nível da questão de protecção ambiental, salientando que “por isso é muito anormal que venham cerca de 30 viaturas da Cidade da Praia para fazerem excursão na ilha, principalmente dentro das áreas protegidas, e em cima das dunas”.

A este respeito, fez saber que a lei proíbe a circulação de veículos motorizados dentro das dunas, por ser uma das áreas mais sensíveis do parque natural norte da ilha do Maio, pelo que informou terem constatado vários danos nas dunas primárias com a passagem das viaturas de alta cilindragem, que considerou “irreparáveis”.

“Estamos completamente indignados e o mais grave é que estiveram presentes no local as autoridades locais e não intervieram em instâncias nenhumas, deixando que essa excursão aconteça com cerca de 30 viaturas de alta cilindrada a fazerem ralis dentro de uma área protegida, onde são proibidas acções do tipo”, desabafou.

Jairson da Veiga aproveitou a ocasião para exortar as autoridades a explicarem o porquê de terem deixado que isso acontecesse, sabendo dessa proibição. Salientou ainda que a FMB está a manifestar a sua indignação para que algo do tipo não volte a acontecer, uma vez que se prevê a realização de uma actividade semelhante nos próximos tempos.

O entrevistado da Inforpress salientou ainda que, as pessoas da ilha já estão cientes das actividades que podem ou não fazer dentro das áreas protegidas, pelo que estranham um alegado desconhecimento da lei sobre as áreas protegidas por parte das pessoas que realizaram esta excursão.

Realçou ainda que existem placas informativas, que mostram aos visitantes as actividades que são proibidas naquele sítio, instaladas no quadro das actividades da Bio-Tour.

“São áreas importantes e na reserva natural do Morro a razão maior para a sua classificação como tal tem que ver com a sua importância para a desova das tartarugas, por isso consideramos também um atentado ambiental”, precisou, reiterando que não são contra excursão, mas que isso deve ser feito em lugares adequados.

Explicou igualmente que souberam desta excursão em cima da hora e que não houve concertação por parte das autoridades, o que os deixaram também indignados, porque estão a trabalhar em prol da defesa do ambiente na ilha, pelo que uma actividade do tipo pode colocar em perigo todo esse trabalho.

Além da excursão motorizada um pouco por toda a ilha, a associação Manoamano procedeu à entrega das obras de reabilitação do jardim infantil da localidade de Alcatraz.

WN/ZS

Inforpress/Fim

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