Cidade da Praia, 03 Fev (Inforpress) – O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças disse hoje que o Governo está em “diálogo permanente” com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) para se encontrar a “melhor forma” da sua bancarização junto do Tesouro.
Olavo Correia falava aos jornalistas hoje à margem do ateliê de antecipação das necessidades de competências, quando foi instado a comentar a notícia do jornal A Nação que dá conta que a CNE vai pedir um pronunciamento do Tribunal Constitucional sobre a intenção do executivo da sua bancarização.
Olavo Correia disse que “não há qualquer crise” e garantiu que as entidades estão a trabalhar para se chegar a um bom entendimento, reafirmando, entretanto, a intenção do executivo de atingir no futuro a bancarização junto do tesouro de 100 % das entidades que fazem parte do perímetro do Estado.
“Estamos prestes a garantir 100 % da bancarização. Tem sido um esforço enorme nos últimos anos. Cabo Verde é um dos poucos países a nível mundial que está nesse nível de bancarização.”, disse.
“Temos algumas entidades que por razões várias ainda não estão 100 % bancarizadas. Estamos a trabalhar com sentido de diálogo e de responsabilidade, com bom diálogo com a CNE para que possamos garantir no futuro a bancarização a 100 % de todas as entidades que fazem perímetro do Estado”, acrescentou.
Conforme sustentou, a bancarização permite não só uma melhor gestão dos recursos financeiros do Estado, mas também uma “grande articulação” dos fluxos financeiros entre o Governo, que gere as tesourarias do Estado, e as demais instituições que fazem parte do perímetro orçamental e do perímetro financeiro.
“Não há aqui nenhuma crise. Estamos a trabalhar em parceria, em diálogo permanente com a CNE, com as demais instituições que ainda não estão bancarizadas e vamos chegar a um bom porto e a um bom entendimento, garantindo que consigamos, penso, eu 100 % em termos de bancarização, fazendo de Cabo Verde um caso exemplar a nível da África e do Mundo nesta matéria”, augurou.
Inicialmente, a presidente da CNE, Maria do Rosário Gonçalves, posicionou-se contra o modelo de bancarização do orçamento da comissão proposto pelo tesouro, por considerar que o mesmo colocaria em causa a liberdade da instituição.
No entanto, após à publicação da notícia esta quinta-feira, 02, pelo jornal A Nação, Maria do Rosário Gonçalves, que garantiu não ter dado qualquer informação ao semanário, disse à RCV que o dossiê registou evolução com a intervenção superior do vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, que permitiu a recentragem do mesmo para se encontrar a melhor solução a CNE
“A melhor solução é a solução que permitirá o acesso directo aos fundos e os pagamentos da CNE de forma independente com total autonomia, e neste momento o dossier está sobre a mesa e nós não queremos avançar mais informações sobre o dossier”, declarou.
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