Cidade da Praia, 06 Set (Inforpress) – O Governo disponibilizou hoje 3.500.000 escudos às Instituições de Microfinanças, (IMF) para apoiar as comunidades piscatórias na aquisição e reparação de motores fora de borda, malas térmicas e kits de segurança.
O contrato de cooperação institucional e gestão económica e financeira de fundos foi rubricado esta manhã entre o Ministério do Mar, através do Fundo Autónomo das Pescas e a Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), Cooperativa de Poupança e Crédito (Morabi) e Cooperativa de Crédito (ASDIS).
O apoio destina-se à concessão de créditos ao subsector da pesca artesanal em condições diferenciadas de taxas, com carácter de empréstimo reembolsável em 50% dos valores concedidos visando adquirir kits de mergulho, arcas frigoríficas e conservação de botes.
Na ocasião, o ministro do Mar, Abraão Vicente, considerou o acto “extraordinário”, uma vez que vai alavancar o sector, mas também comunicá-lo como um sector eminentemente económico de combate à pobreza e com auto responsabilização.
“O sector das pescas não irá se desenvolver se não cortarmos todos os laços que o ligam a um sector de dependência contínua. Não iremos tirar pescadores e peixeiras da pobreza se eles como classe não assumirem a sua responsabilidade quota parte no desenvolvimento de uma actividade económica que pode ser de alta rentabilidade e rendibilidade caso estiver organizado”, apontou.
Para o governante, trata-se de uma estratégia de poupança financeira, um acto de empoderamento de cortar os subsídios como algo gratuito e sem consequências fazendo com que as comunidades piscatórias possam ter relações perenes, objectivas, e pragmáticas com a máquina do estado.
Durante a sua intervenção apelou à responsabilização das comunidades no sentido de cumprirem com as suas obrigações junto das IMF de modo a dar continuidade ao projecto e poder continuar a financiar outros pescadores, peixeiras, empresas e empreendimentos a nível nacional.
Por um lado, acrescentou, o ministério livra-se da logística de comprar e distribuir motores e fazer disso quase que campanhas políticas permanentes e também faz com que o acto de adquirir um motor, bote ou acesso a crédito para pescas sejam um acto de empoderamento consciente por parte daqueles que digerem as IMF.
Por seu turno, a presidente da Cooperativa de Poupança e Crédito (Morabi), Lina Maria Gonçalves, considerou que o gesto constitui um ponto de viragem para dinamizar o sector artesanal, já que o volume de financiamento tem diminuído ao longo dos tempos devido ao custo de acesso por parte dos beneficiários.
Para esta responsável, o acordo vai permitir e assegurar financeiramente o desenvolvimento da pesca artesanal, garantir a necessária segurança, o aumento da produção e do seu valor de modo a melhorar as condições de vida das famílias piscatórias, bem como o aumento da melhoria da qualidade do emprego no sector.
Por outro lado, realçou que se trata de um sector com grande potencial de crescimento e capacidade de impulsionar a produção económica contribuindo para a redução da pobreza e das desigualdades sociais.
O acordo visa a operacionalização do “Edital nº02 – Apoio à Pesca Artesanal”, para o ano 2022, publicado pelo Ministério do Mar que se destina a apoiar os agentes do sector das pescas residentes em Cabo Verde.
O acto contou também com a presença da presidente do Fundo Autónomo das Pescas, Helena Luz, da Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), Idalina Freire, e do presidente da Cooperativa de Crédito (ASDIS), Francisco Tavares.
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