Cidade da Praia, 29 Mar (Inforpress) – O Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Saúde defendeu hoje uma maior acção dos países da sub-região no combate ao paludismo e no cumprimento da Iniciativa para a Eliminação da Malária na sub-região do Sahel até 2030.
Evandro Monteiro fez esse apelo na cerimónia de abertura da Reunião Técnica da Iniciativa de Eliminação da Malária no Sahel (SaME) a decorrer na Cidade da Praia, de 29 a 31 de Março, corrente, para discutir o estatuto da Iniciativa e preparar a 5ª reunião do fórum ministerial SaME a realizar-se, à margem da Assembleia de Ministros da Saúde, provisoriamente agendada para Maio de 2023.
“Juntos analisaremos a situação do paludismo no Sahel, reveremos a implementação do plano estratégico do SaME para o horizonte 2021/2025 e prepararemos o fórum ministerial desta iniciativa que, está provisoriamente agendado, para maio de 2023 à margem da Assembleia de ministros de Saúde, na Guiné-Bissau”, disse.
O governante, que aponta dados avançados pela OMS sobre a situação do paludismo na região africana, com cerca de 95% dos casos e mais de 590 mil mortes, realçou ainda que este continua a representar um grande problema de saúde pública regional e um entrave directo para a segurança sanitária populacional e de desenvolvimento dos Estados membros.
Referiu ainda na sua comunicação que na região do SaME entre 2019/2020 registou-se um ligeiro aumento do paludismo, sendo que países da nossa sub-região como Burkina Faso, Mali, Níger e Chade são considerados como estados de alta intensidade de transmissão e Senegal, Gâmbia e Mauritânia com baixa intensidade de transmissão.
Neste particular, destaca o facto de Cabo Verde, há cinco anos, não ter registado nenhum caso de transmissão local e estar agora no processo de certificação pela OMS como País livre de paludismo.
Salientou ainda, que a iniciativa Sahel para eliminação da malária surgiu com o propósito de apoiar a eliminação de paludismo no continente africano em consonância com os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a estratégia técnica global para malária 2016/2030 da OMS.
“Estar livre de paludismo requer uma necessidade de adequação de estratégias de políticas públicas e ferramentas orientadoras que asseguram o reforço das medidas promocionais e preventivas no reforço na literacia em saúde, assim como a partilha das boas práticas das medidas e informação sanitária, entre os estados, no sentido de reagirmos no caso de situações que possam proporcionar eventos endémicos e epidémicos ligados ao paludismo”, ressaltou.
A Iniciativa Sahel para a Eliminação da Malária (SaME) foi lançada em 31 de Agosto de 2018, em Dakar, Senegal, pelos Ministros da Saúde de oito países da região do Sahel (Burkina Faso, Cabo Verde, Gâmbia, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal e Chade), com objectivo de acelerar os esforços no sentido da eliminação da malária na região do Sahel até 2030.
Participam neste evento cerca de 50 participantes oriundos dos oito Estados membros da Iniciativa SaME, cuja presidência é assumida por Cabo Verde desde 2018, e representantes da Organização Oeste Africana da Saúde, das Agências das Nações Unidas, parceiros técnicos e financeiros como Fundo Global, GLIDE, ALMA, RBM Partnership to End Malaria, MMV, Speak up África e rede parlamentar REPEL Malária.
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