Boa Vista: MpD acusa câmara do PAICV de “inação e incompetência estrutural” durante as inundações

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Boa Vista: MpD acusa câmara do PAICV de “inação e incompetência estrutural” durante as inundações
04/10/25 - 04:15 pm

Sal Rei, 04 Set (Inforpress) – A Comissão Política Concelhia (CPC) do (MpD) na Boa Vista criticou hoje a gestão da Câmara Municipal liderada pelo PAICV, acusando-a de “incompetência e inação estrutural” perante problemas de inundações na cidade de Sal Rei.

O MpD, através do seu presidente da CPC, Vicente Silva, e da deputada Elisabete Évora, repudiou a tentativa do PAICV de "explorar politicamente as dificuldades" da população e classificou a actuação da edilidade como "vergonhosa e desrespeitosa".

Os representantes do partido no poder na Boa Vista recorreram à legislação para responsabilizar a autarquia, citando que o novo Estatuto dos Municípios, Lei n.º 48/X/2025, estabelece que o "estabelecimento e gestão dos sistemas de drenagem pluvial" é uma atribuição primária do município. 

Vicente Silva considerou que a tentativa do PAICV de culpar o Governo central é uma "manobra para iludir os munícipes e desviar a atenção da sua própria inação e falta de planeamento municipal".

A deputada Elisabete Évora reforçou a crítica ao citar uma confissão pública do presidente da câmara, Cláudio Mendonça, de 17 de Setembro, que admitira que "na Boa Vista não há drenagem de água, nunca foi feita". 

Para o MpD, esta é a prova de uma "falha estrutural e histórica".

Apontando à ineficácia das acções actuais da câmara, Vicente Silva denunciou que a gestão está a "tirar a água suja de um local para introduzir noutros".

A deputada Elisabete Évora avançou ainda com a denúncia de uma crise sanitária, alertando que a situação é "mais crítica ainda" pelo facto de a "água de esgoto estar-se a misturar com água de chuvas" na zona do ETAR de Sal Rei. 

A propósito, Vicente Silva afirmou ser "inadmissível" o aatual estado da cidade com a proliferação de mosquitos e moscas.

A deputada Elisabete Évora também acusou a autarquia de incoerência ao recusar a proposta do ministro da Saúde de aterrar os locais com água estagnada, por ser "muito custosa" e envolver terrenos privados, contra-argumentando que se os terrenos são privados, a câmara não deveria ter "retirado água de um terreno privado e colocá-la noutro terreno privado". 

O MpD finalizou questionando as prioridades da Câmara nos gastos, com Vicente Silva criticando o facto de a edilidade gastar "dinheiro em festas", mas não em saúde e drenagem.

A deputada sugeriu que os 80% do dinheiro não utilizado do orçamento do Festival da Praia de Cruz, após a doação a São Vicente, deveria ser canalizado para "responder a esta necessidade dos munícipes" em Sal Rei.

O MpD reafirmou que o Governo mantém a sua "total disponibilidade para a cooperação institucional, no estrito respeito pela lei".

MGL/JMV

Inforpress/Fim.

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