Cidade da Praia, 01 Jun (Inforpress) – O Presidente da República advertiu hoje que é preciso prestar atenção à “algumas nódoas” que ainda existem na sociedade cabo-verdiana, nomeadamente a violência sexual contra as crianças e a paternidade irresponsável e a violência baseado no género.
José Maria Neves falava aos jornalistas, à margem da visita de cerca de 50 crianças do bairro da Jamaica à Presidência da República, na cidade da Praia, para momentos de interacção e convívio, no âmbito das comemorações do Dia Internacional das Crianças, que se celebra hoje, 01 de Junho.
De acordo com chefe do Estado só assim se consegue ter uma sociedade mais sã no futuro, sendo que para isso, conforme apontou, é preciso combater a pobreza, melhorar a qualidade da educação, prestar melhor serviço de saúde e, sobretudo, trabalhar para um crescimento inclusivo do país, para debelar todas as desigualdades.
Neste sentido considerou que o Dia da Criança é “fundamental” para se reflectir sobre o futuro da sociedade que se quer construir e que Cabo Verde almeja no futuro.
“É fundamental neste dia 01 de Junho reflectirmos sobre a sociedade que nós queremos construir e que país queremos no futuro (…) o que conseguirmos fazer hoje com as crianças assim também será o futuro de Cabo Verde”, observou.
Por outro lado, José Maria Neves avançou que é preciso pensar concomitantemente no empoderamento das famílias e numa consciência cívica sobre as crianças, os adolescentes e os jovens.
“Trabalhar a família significa também fazer uma educação para a cidadania, criar o espírito crítico nas pessoas e uma cultura de civismo”, disse o Presidente da República, apontando que “mais do que as leis, a sociedade cabo-verdiana precisa mudar os hábitos mentais”.
“Um país pode crescer materialmente (…) estamos a discutir aspectos físicos do crescimento, mas também temos que ver as atitudes, os comportamentos e os hábitos mentais que nós temos, que muitas vezes condicionam o próprio desenvolvimento”, esclareceu José Maria Neves.
O Dia Internacional da Criança assinalou-se pela primeira vez em 1950 por iniciativa das Nações Unidas, com o objectivo de chamar a atenção para os problemas que as crianças então enfrentavam.
Nesse dia, os Estados-membros reconheceram que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social, país de origem, têm direito a afecto, amor e compreensão, alimentação adequada, cuidados médicos, educação gratuita, protecção contra todas as formas de exploração e a crescer num clima de paz e fraternidade.
OM/CP
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