Cidade Velha, 29 Jan. (Inforpress) – O cardeal Dom Arlindo Furtado destacou hoje, na Cidade da Velha, durante a abertura do Decénio Jubilar, a importância do processo da constituição do povo cabo-verdiano, a partir do Caldeirão da Ribeira Grande, com sentido da dignidade.
Durante a cerimónia da abertura do Decénio Jubilar da Celebração dos 500 anos da Diocese de Santiago de Cabo Verde, realizada no centro da Cidade Velha, considerado o berço da cabo-verdianidade, Dom Arlindo Furtado realçou a todos para a importância de o cabo-verdiano recordar o passado com gratidão, por forma a reconhecer todo o esforço e sacrifício consentidos pelos antepassados.
“Ninguém é melhor que ninguém. Todo o mundo é alguém. Por isto, é preciso que continuemos a preservar os valores e preservar, com toda a dificuldade vivida no passado e no presente, a mensagem e Evangelho, expressada nas relações socias, ainda que com muito sacrifício e muita luta pelo trabalho, luz e presença transformadora de Jesus Cristo”, vincou.
Daí, alertou a todos no sentido de assumirem as suas responsabilidades de “viver agradecido”, mas com “entusiasmo e grande amor”, e com a dinâmica de preparar Cabo Verde melhor para um futuro baseado na dinâmica recebida antes, visando a concretização de um futuro melhor e de esperança.
Baseada na leitura bíblica deste domingo, o Cardeal aproveitou a grande moldura humana que lotou o centro desta Cidade da Ribeira Grande para frisar que nos primeiros tempos do povoamento desta que foi a primeira cidade cabo-verdiana, os navegadores/povoadores trouxeram as suas histórias, culturas, língua e ambição e que os escravos estavam na condição de assumirem as suas pessoas na condição de pessoas com deveres.
Para Dom Arlindo, a Igreja sempre esteve presente, desde os primórdios da descoberta de Cabo Verde com palavras, transmitindo mensagem de palavras e luz para portadores de direitos e de deveres, de forma a fazer chegar a todos a mensagem que todo o ser humano foi criado por Deus, à sua imagem e semelhança e que diante de Deus todos têm a mesma precedência com um destino comum, a salvação eterna.
Nesta perspectiva, o Cardeal frisou que começar o Decénio Jubilar no berço da cabo-verdianidade representa para a Diocese de Santiago de Cabo Verde a assumpção das responsabilidades, não só para preservar a boa herança recebida, mas também para poder ser assumido e cultivado, visando a promoção e produção de efeitos significativos na prática.
Tudo isto, asseverou, para que ninguém fique pra trás, salientando que enquanto filho de Deus todos são irmãos e irmãs, ciente que a falta da verdade não se combina com a humildade, sublinhando a importância de todos assumirem os valores fundamentais, com tradução concreta na qualidade de relações desenvolvidas com os outros em todas as circunstâncias.
SR/JMV
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