COP25: Países africanos não podem esperar pelos resultados da Conferência para começar a adaptar-se às mudanças climáticas

Madrid, 10 Dez (Inforpress) – Países africanos defenderam hoje, em Madrid, que não podem esperar pelos resultados da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP25) para começar a agir, e anunciaram que quase a totalidade dos Estados já ratificou os seus compromissos nacionais para o clima.

“Dos 54 países africanos, 51 já ratificaram os seus compromissos para o clima [Contribuição Nacionalmente Determinada, NDC, em inglês]. Temos visto o surgimento de renováveis, queremos ajudar os países a realizarem a sua transição energética. Se temos que actuar para o clima, temos que construir unidades e falar a uma só voz”, declarou o nigeriano Anthony Nyong, representante do Banco Africano de Desenvolvimento.

O embaixador egípcio Mohamad Nasr, chefe da delegação africana composta por 30 negociadores, anunciou estar preocupado por ver “como as coisas estão a acontecer”, ao referir-se ao desenrolar das negociações.

“Já terminamos as partes técnicas e começamos a parte política das negociações. E estamos a enfrentar desafios políticos com a saída oficial dos Estados Unidos do Acordo de Paris”, declarou.

Segundo o representante, não foi fácil incluir na mesa de negociações as necessidades do continente de adaptação às mudanças climáticas.

“África recebe apenas três por cento do Fundo Verde do Clima. Queremos assegurar que receberemos uma porção justa dos recursos. Os países africanos estão altamente endividados, o custo de adaptação climática é mais de 140 mil milhões de dólares”, destacou Nasr.

A ministra do Ambiente egípcia, Yasmine Fouadm defendeu que o continente deve ter mais projectos financiados pelo Fundo Verde do Clima.

“Temos o desafio de garantir um assento da África no Fundo, que deveria servir para o nosso propósito de garantir que os projectos sejam financiados. Precisamos de um crescimento económico sustentável que chegue a todos”.

A noite desta terça-feira foi marcada pelo encontro de alto nível entre ministros do Ambiente de mais de dez países africanos e de autoridades da União Africana.

Inforpress/Lusa/Fim

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